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Já faz quanto tempo que você ouve ou lê por aí que uma empresa não pode ficar de fora da transformação digital se quiser sobreviver? Não temos dúvidas de que a tecnologia tem papel crucial, mas em meio aos avanços, você está cuidando do capital humano da sua empresa?

O capital humano são as pessoas que compõem seu quadro de funcionários. Aquelas sem as quais as mais avançadas tecnologias que existem atualmente não seria capazes de alcançar, por conta própria, as metas estabelecidas para a empresa.

Em um mundo corporativo repleto de softwares e cada vez mais aberto a soluções de automação e de inteligência artificial, o capital humano ainda importa. E, na verdade, seguirá importante sempre! E é sobre isso que falamos neste post. Vamos lá?

O que é capital humano

capital humano na sua empresa

Sim, como já mencionado, as pessoas que trabalham em uma empresa, seus funcionários, são o seu capital humano. 

Mas há uma forma mais completa ― e, por essa razão, mais interessante ― de entender melhor o que isso significa.

O capital humano é tudo aquilo que cada pessoa representa e agrega à empresa: suas habilidades, os conhecimentos adquiridos inclusive durante seu tempo de casa, sua personalidade, a capacidade de trabalhar com os outros etc.

Perceba que, por trás disso, pode haver todo um investimento de tempo e de dinheiro por parte do empregador para desenvolver esses talentos

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Ainda hoje, há quem acredite na contratação de um profissional apenas com base em seu currículo, esperando que, a partir daí, o funcionário simplesmente dê conta do recado.

Em uma situação diferente, a empresa enxerga valor em difundir sua cultura organizacional, aplicar treinamentos e firmar parcerias para cursos de aperfeiçoamento profissional. 

Como consequência, passa a ter consigo profissionais ainda mais valiosos, porque esses se tornaram mais competentes para o exercício de suas funções.

Com isso em mente, é possível estabelecer uma relação entre a importância dada ao capital humano e o desejo de reter talentos

Qualquer empregador sabe que conseguir manter bons profissionais é melhor do que ter que ficar procurando novos no mercado constantemente.

Dar importância ao capital humano passa por mostrar aos funcionários que seu valor é reconhecido e que a empresa gosta por tê-los em seus quadros. Mas, por que dar valor a essas pessoas?

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Uma reflexão sobre a expressão capital humano

O dicionário Priberam apresenta duas definições interessantes para a palavra “capital”: 

  1. principal, essencial, fundamental; 
  2. aquilo que constitui fundo ou valor, suscetível de produzir lucros ou vantagens.

É comum que, no contexto empresarial, a palavra “capital” seja relacionada somente ao dinheiro. 

De fato, é o trabalho dos funcionários que favorece a obtenção de lucro, mas para não ficar apenas nisso, chamamos atenção também para “capital” como sendo essencial.

Uma empresa é composta por pessoas e elas são essenciais. Uma organização pode estar sediada em um prédio moderno, ter uma política flexível que quebra normas engessadas do mercado ― como a possibilidade de trabalhar de bermuda em dias quentes ―, contar com alta tecnologia e várias outras coisas como essas.

Para que isso faça sentido, é preciso ter gente trabalhando. E para que tudo isso dê bons resultados, é preciso ter gente sendo valorizada porque, do contrário, elas sequer desejam permanecer nessa empresa, mesmo com todos os benefícios aparentemente legais que ela tenha à disposição.

O valor (financeiro) do capital humano de uma empresa

Valor do capital humano

Tudo isso não é meramente discurso. Às vezes, a melhor forma de entender o peso das palavras e compreender por que vale a pena dar importância ao capital humano é falar de valores em cifras, ou seja, em dinheiro.

Um estudo publicado pela Maxis Global Benefits Network em fevereiro de 2019 comprova que empresas que investem no bem-estar de seus funcionários lucram mais

Investir em bem-estar, vale ressaltar, é uma forma de dar importância ao capital humano.

O estudo aponta que, em um período de 11 anos, empresas que apostaram na criação de uma cultura positiva no local de trabalho tiveram aumento de 682% de sua receita. 

Já aquelas que não deram atenção a isso registram aumento bem inferior, de apenas 166%. Algo que nos ajuda a entender que apostar no bem-estar dos trabalhadores é mesmo um investimento e não um simples gasto para atender a qualquer capricho.

O que se perde com a desvalorização do capital humano

Se, por algum motivo, não é fácil para você projetar o aumento na lucratividade que uma empresa pode ter ao reconhecer a importância do seu capital humano, vamos à outra ponta. 

Já pensou no dinheiro que se pode perder ao não dar o devido valor aos funcionários e não incentivar uma gestão mais humanizada?

Analisando o já mencionado estudo da Maxis Global Benefits Network, Leena Johns, VP Global de Healthcare da MetLife, explica que o investimento em bem-estar reduz custos para a empresa e diminui o turnover ― a situação em que os funcionários decidem largar seus empregos, fazendo com que a empresa perca seus talentos.

Quando o turnover é elevado, a empresa gasta muito mais, porque precisa passar por processos de seleção, contratação e treinamento mais frequentes. 

E, enquanto os novos funcionários se preparam para a função, metas podem ser comprometidas, gerando perdas.

Ainda, segundo Leena, empresas que não investem em bem-estar gastam cerca de 50% a mais com a saúde mental e física de seus funcionários.

Além disso, em um ambiente estressante e negativo, os trabalhadores faltam 37% mais e sofrem 49% mais acidentes de trabalho. É nesse tipo de ambiente que enfermidades como síndrome de burnout de manifestam.

Como você sabe, faltas não justificadas podem ser descontadas da remuneração do trabalhador. 

Entretanto, essa nem sempre é uma situação adequada de compensação. As faltas injustificadas podem gerar atrasos, perda de prazos e comprometimento do relacionamento com os clientes. 

Situações que prejudicam a empresa de uma forma que o desconto nas finanças não seja suficiente para reparar.

Além do mais, acidentes de trabalho estão relacionados a afastamentos e aos custos relativos ao auxílio-doença devido nessas situações. 

Os primeiros 15 dias devem ser remunerados pelo empregador, uma responsabilidade depois assumida pelo governo.

Ainda, não podemos esquecer a possibilidade do afastamento por acidente gerar a necessidade de investimento em contratação e treinamento de um substituto, mesmo que temporário.

A importância do capital humano para as empresas

A importância do capital humano

Até aqui, você certamente já entendeu que empresas que dão a devida importância ao seu capital humano lucram, inclusive porque perdem menos dinheiro.

Isso também tem a ver com alguns outros efeitos que a criação de um bom ambiente de trabalho tem. Vamos a alguns exemplos que ajudam a visualizar melhor essa questão.

Consideremos um comércio. A forma como o capital humano é tratado pela empresa tem impacto muito visível nos resultados dos negócios. 

Um ambiente estressante pode fazer com que até o mais bem preparado dos vendedores desconte suas frustrações nos clientes. 

A má-vontade ao atender e a falta de iniciativa para apresentar mais produtos e tentar valorizar a venda afeta a lucratividade.

Em contrapartida, quando o ambiente é positivo, o humor melhora e a disposição para atender bem também aumenta. 

Acompanhada dessa mudança vem a produtividade, a proatividade e outras características tão desejadas pelo mercado.

Esse exemplo se aplica também a outros contextos, mesmo nas empresas em que os funcionários não têm contato direto com a clientela. O clima interno de uma organização impacta seus processos diários.

Um trabalhador desmotivado em razão de um ambiente estressante e pouco convidativo ainda pode acessar os relatórios automáticos gerados por um software de gestão

É mais provável, porém, que somente um trabalhador motivado por estar em um ambiente positivo se sinta inspirado a “sair da caixa” e apresentar insights com base no relatório gerado por uma máquina.

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Entendeu melhor agora por que a tecnologia, por si só, não é suficiente para ditar o sucesso de uma empresa

Sem o estímulo ao envolvimento com o próprio trabalho e sem a motivação para ser um funcionário cada vez mais valioso, o profissional tende a não tirar o máximo proveito de suas habilidades e tampouco dos softwares e outras ferramentas avançadas de que disponha.

No dia a dia, a ausência de feedbacks positivos não é sempre compensada pela máquina de chopp no lobby da empresa, que fica à disposição de todos após o expediente. 

A falta de esforço para conseguir parcerias entre a empresa e um curso de aperfeiçoamento não compensa a existência de um gestor que apenas dá ordens e não sabe como liderar.

Quando um empregador enxerga tudo isso, tem chances de virar o jogo. Ao adotar medidas que valorizam seu capital humano, consegue:

  • melhorar a produtividade e os níveis de engajamento, criando condições mais propícias para a conquista de metas;
  • diminuir a ocorrência de erros e de retrabalho;
  • diminuir o número de faltas e atrasos injustificados evitando a necessidade de emissão de advertências;
  • reter talentos e criar uma employer branding positiva, fazendo com que mais profissionais qualificados se interessem por trabalhar na empresa;
  • desenvolver lideranças alinhadas à cultura da empresa, sendo capazes de orientar os demais a seguir corretamente os processos e obter resultados cada vez mais consistentes;
  • melhorar a qualidade do trabalho realizado fazendo com que, pouco a pouco, a empresa se torne referência em sua área.

Medidas que valorizam o capital humano de uma empresa

Como valorizar o capital humano

Já mencionamos a oferta de cursos de aperfeiçoamento como uma das formas de valorizar o capital humano de uma empresa. Certamente, porém, essa não é a única medida.

Confira outras ideias que são adotadas por empresas que dão a devida importância ao bem-estar de seus funcionários e à criação de um ambiente de trabalho positivo.

1. Plano de carreira

Quando, ainda na entrevista de emprego, o recrutador pergunta ao profissional “onde você se vê daqui a cinco anos?”, entre outras coisas, quer avaliar as perspectivas daquela pessoa e sua intenção de seguir na empresa a médio e longo prazo.

Se a empresa valoriza seu capital humano, sabe que funcionários com mais tempo de casa tendem a ser mais valiosos. 

Por essa razão, busca aqueles que estejam dispostos a ficar e somar. Para isso, porém, é preciso oferecer uma contrapartida, sendo o plano de carreira uma delas.

Profissionais qualificados desejam ser reconhecidos e crescer profissionalmente. Isso significa que, para eles, é importante saber que terão a chance de ocupar cargos hierarquicamente mais altos em sua trajetória na empresa. 

Algo que não pode ser uma mera especulação apresentada como possibilidade, precisa ser um plano concreto.

Promover alguém que já trabalha na empresa, conhece bem seus processos e recursos pode ser melhor do que contratar um novo profissional. 

Por isso, a empresa deve estar disposta a preparar seus funcionários para assumirem novos cargos à medida que conquistem metas e adquiram novas habilidades.

2. Identificação e engajamento

A ideia do plano de carreira pode ser apresentada desde a entrevista de emprego. Para que tudo dê certo uma vez que o funcionário já pertencer aos quadros da empresa, porém, é preciso mais.

Você já deve saber da importância de o perfil de cada profissional ser compatível com o perfil da empresa, o chamado fit cultural.

Os valores precisam ser semelhantes para que haja identificação entre as partes, sobretudo porque, sem isso, o funcionário pode não engajar com suas tarefas, com as metas e com os objetivos apresentados pela empresa.

Alguém que não entende seus propósitos, mesmo com boa vontade, tem dificuldades para fazer o que é necessário para ajudar você a alcançá-los. Entender isso indica que profissionais não são movidos apenas à base do dinheiro.

O bom relacionamento com os colegas e com os superiores contribui para o sentimento de pertencimento. 

A existência de metas, planos de carreira e de lideranças que orientam a conquista dos objetivos faz com que o profissional sinta que seu esforço é muito bem-vindo e vale a pena.

3. Liderança e autonomia

Por falar nisso, é bom destacarmos o papel dos líderes. Você sabe o que é liderança

A liderança tem a ver com inspirar os funcionários para que estes consigam entregar o seu melhor diariamente. 

Algo que requer mais envolvimento e participação do que o simples ato de delegar tarefas.

Entender os pontos fortes e fracos de cada profissional, dar feedbacks positivos, dar tarefas que condizem com suas principais habilidades e passar orientações valiosas para o aprimoramento profissional ― o chamado upskilling

Essas são atitudes de um líder que ajudam um profissional a sentir que a empresa se importa com seu desenvolvimento porque deseja tê-lo por perto.

A liderança também tem a ver com transmitir confiança e dar autonomia aos profissionais e equipes. 

É o tipo de atitude que leva o funcionário a entender que a empresa acredita nele para assumir responsabilidades, o que o torna mais interessado em se aprimorar para cumprir bem seu papel.

4. Bônus e premiações

Não vamos ignorar o fato de que a parte financeira tem seu papel na valorização do capital humano de uma empresa. 

Bons profissionais precisam ser bem remunerados, caso contrário, partem para novas oportunidades que lhes ofereçam um ganho mais condizente com suas qualidades.

Uma empresa que não pode investir em salários muito altos, pode avaliar a possibilidade de oferecer bônus e premiações atrelados à conquista de metas e resultados. 

Ainda que não seja o único motivo para a satisfação de um profissional, o retorno financeiro contribui para a sua motivação diária, assim como para o seu bem-estar na empresa.

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5. Controle de ponto

A lei n° 13.874, conhecida como lei da Liberdade Econômica, determina que apenas empresas com mais de 20 funcionários são obrigadas a ter um sistema de controle de ponto. Entretanto, as demais podem optar pela marcação para colher seus benefícios.

Quando a jornada de cada funcionário é devidamente acompanhada e registrada, a empresa corre menos risco de fazer cálculos equivocados para a remuneração. 

Eventuais horas extras ou atrasos são computados de forma segura, evitando conflito de informações e pagamentos indevidos.

Segundo a legislação, a empresa pode optar por utilizar um sistema de marcação manual, mecânico, eletrônico ou alternativo ― como é o caso do aplicativo Tangerino.

Sistemas mais modernos, além de mais práticos, são também mais seguros. Por meio do app, tanto o empregador quanto seus funcionários sabem que não é possível burlar as marcações e que, por isso, qualquer acréscimo ou desconto será feito de forma justa.

É o tipo de ferramenta que ajuda a aumentar a confiança entre as partes, algo que também favorece o relacionamento com a empresa e bem-estar dos trabalhadores.

O que o RH tem a ver com o capital humano da empresa

Capital humano e RH

Agora que você já sabe bastante sobre o capital humano e a sua importância, é o momento de entender qual é o papel do setor de Recursos Humanos nessa história.

O RH é bastante estratégico para criar e garantir a manutenção de condições que ajudam a promover um ambiente positivo de trabalho. Algo que, como visto, é crucial para que as pessoas se sintam valorizadas pela empresa.

Tudo começa ainda no processo de seleção. É papel do RH identificar e selecionar profissionais cujo perfil se assemelhe ao da empresa. 

Uma vez que a contratação for feita, cabe ao setor contribuir para que a adaptação desse profissional seja bem feita, favorecendo o senso de pertencimento que é muito importante para o engajamento.

A atuação da liderança é importante para motivar e reter os talentos da empresa. Algo que depende, entre outras questões, dos resultados das avaliações de desempenho conduzidas pelo RH. 

É por meio dessas avaliações que os líderes conhecem melhor os pontos fortes e fracos de cada funcionário, tendo mais clareza do que e como trabalhar junto a eles.

Com isso, o setor de Recursos Humanos é quase onipresente no que diz respeito à valorização do capital humano. 

Seu trabalho ajuda a selecionar os profissionais certos e a fornecer insumos para o cumprimento do plano de carreiras e de outras medidas adotadas pela empresa.

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