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Para crescer e se manter competitiva, uma empresa precisa encontrar formas de reduzir custos e manter o alto desempenho. Uma demanda que leva gestores a pensarem em um plano de downsizing.

Ainda não sabe o que é downsizing? Falamos de um conceito ou técnica de gestão, uma reestruturação administrativa que permite à empresa evitar custos e processos desnecessários, sem perder a excelência.

Continue a leitura do post para saber mais sobre o assunto e entender por que empresas recorrem a essa técnica, quais são suas vantagens e quando a realização do downsizing é interesse para um negócio! 

Acompanhe a leitura pelos tópicos abaixo:

O que é downsizing

downsizing

Na tradução para o português, o termo downsizing poderia ser entendido como uma “diminuição de dimensões” ou como um “achatamento”. 

É certo, porém, que há uma aplicação administrativa ou de gestão corporativa para essa ideia.

Para o correto entendimento, precisamos ampliar o significado do termo para adequar sua aplicação ao contexto em que é utilizado.

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O que é downsizing

Assim, podemos dizer que downsizing é um conjunto de técnicas administrativas que promove a reestruturação de uma empresa por meio da redução de custos, eliminação de processos desnecessários e aumento da eficiência corporativa.

Entender o que significa downsizing depende da compreensão de que falamos de algo que vai além de um simples esforço para reduzir despesas. 

Trata-se de uma estratégia que não visa aumentar somente a lucratividade, mas fazê-lo aumentando também a produtividade e otimizando os processos da empresa.

Comumente, o downsizing tem foco na área de RH da empresa e nos funcionários, ou seja, no centro burocrático da pirâmide hierárquica de uma organização.

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Características do downsizing

Ainda, para que você compreenda melhor o que é downsizing, podemos elencar alguns dos fatores que caracterizam essa técnica de gestão. Confira:

  • redução de custos;
  • eliminação de burocracias;
  • corte de cargos ou funções dispensáveis;
  • mais velocidade e qualidade na comunicação;
  • maior rapidez na tomada de decisões;
  • aumento da produtividade e da eficiência;
  • melhoria do estado de espírito dos funcionários.

Diferença entre downsizing e rightsizing

Não raro, quando um conceito é apresentado, é preciso esclarecer sua relação ou suas diferenças em relação a outros conceitos. É o que acontece com o rightsizing.

Tenha em mente que o downsizing é um conjunto de técnicas da administração contemporânea que busca enxugar a empresa por meio da redução dos níveis hierárquicos existentes. 

Algo que demanda um alinhamento completo com o planejamento estratégico da empresa.

Como temos dito, isso tem a ver com uma redução de custos que envolve a demissão de pessoal. 

Um processo que, por essa razão, acaba sendo visto de forma negativa não apenas por funcionários, mas também por gestores. Ninguém gosta de ter que demitir, não é mesmo?

Por essa razão, existe um esforço em adotar o termo rightsizing que pode ser traduzido como “o tamanho certo”

Diferença entre downsizing e rightsizing

A ideia por trás é a mesma, ou seja, em essência o conceito não muda. Contudo, o termo rightsizing tende a ser visto como mais aprazível do que o termo downsizing.

A diferença entre as palavras é mais do que um capricho ou tentativa de mascarar a realidade. 

É possível entender que o rightsizing deixa mais clara a ideia de causar o menor impacto possível no moral dos funcionários e no clima organizacional.

Diferença entre downsizing e reengenharia

Ainda, ao falar em downsizing estamos falando em uma reestruturação organizacional. 

Essa é uma ideia que pode ser confundida com a reengenharia e que, por isso, nos demanda esclarecimentos.

Entenda que o downsizing prevê a eliminação de processos considerados desnecessários. Isso tem o objetivo de reduzir a burocracia que acaba se tornando um entrave à eficiência da empresa.

Por outro lado, a reengenharia visa reformular os processos e não eliminar parte deles

Diferença entre downsizing e reengenharia

Com isso, pode ser que a reengenharia faça parte do processo de modernização e revitalização da empresa, mas é preciso ter clareza de que falamos de técnicas diferentes.

Os objetivos do downsizing

Os objetivos do downsizing

Quando surgiu nos Estados Unidos, na década de 1970, o downsizing tinha por objetivo promover a redução de custos para tornar as empresas mais competitivas.

Uma década depois, ao chegar no Brasil, essa técnica de gestão passou a ser aplicada com o objetivo de promover uma reestruturação nas organizações

A ideia passava por:

Em outras palavras, o downsizing promove uma redução da força de trabalho da empresa. 

Para isso, tem-se em mente a economia de custos e a eliminação de alguns níveis hierárquicos existentes. Uma mudança que pode ser temporária ou definitiva.

É preciso atenção, porém, para não reduzir o downsizing a um plano de demissão de funcionários ou de antecipação de aposentadorias.

O conceito ou técnica de gestão não é uma desculpa para reduzir os quadros da empresa, é mesmo uma escolha estratégica que precisa ser justificada ou completada com as outras etapas da reestruturação.

Compilando tudo isso, podemos dizer que o objetivo do downsizing é reduzir custos ao tornar a empresa mais enxuta, mantendo talentos para garantir o alto desempenho

Essa é uma ação que tende a deixar as equipes e os processos mais dinâmicos e flexíveis.

Com isso, fica mais claro que o downsizing não busca apenas uma economia financeira para que a empresa não feche meses no vermelho.

A ideia é mesmo aplicar os recursos de forma mais estratégica, tentando garantir que haja mais agilidade e qualidade na realização de tarefas. 

E isso precisa ser alcançado sem que seja preciso gastar mais recursos para chegar a esse fim.

Como consequência, o que o downsizing busca é a criação de condições para que a empresa performe melhor, seja sustentável e apresente maior competitividade no mercado. 

Como veremos, em geral essa técnica é adotada quando esse é o único caminho a seguir. Contudo, ela tem seus benefícios.

Vantagens e desvantagens do downsizing

Dissemos anteriormente que ninguém gostar de ter de demitir funcionários. Em geral, essa situação é um sinal claro de que a empresa não está performando como gostaria e está sendo forçada a cortar custos.

Além do mais, a opção pelo downsizing prevê que a empresa vai passar por um processo de reestruturação que pode ser complexo e desafiador.

A aplicação dessa técnica precisa ser planejada em cada uma de suas etapas, estando em conformidade com a estratégia geral da empresa, assim como com sua missão, visão e valores.

Com tudo isso, é natural que o downsizing tenha vantagens e desvantagens. Pontos que você precisa conhecer para avaliar e preparar melhor sua empresa para viver essa reestruturação, caso seja necessário.

Principais vantagens

Vantagens downsizing

Reavaliação de processos

O downsizing faz mais do que apenas reduzir custos com pessoal. Se a empresa decide ter um quadro de funcionários mais enxuto, precisa reestruturar processos e redesenhar os papéis de cada profissional.

Essa é uma excelente oportunidade para avaliar os processos e sua forma de execução, buscando maneiras de adequá-los à nova realidade com o quadro reduzido e com o orçamento atual.

Isso tende a fazer com que a empresa se modernize, a organização adote ferramentas e práticas que permitam que seja possível fazer mais com menos, sem perder a qualidade.

Operações em escala

Empresas precisam saber se adequar às suas necessidades de momento, sem que isso afete a qualidade que entregam ou sua lucratividade.

Em um período de expansão, por exemplo, pode-se buscar um número maior de funcionários para que seja possível alcançar as metas estabelecidas. 

Quando o objetivo é alcançado, porém, para manter a sustentabilidade financeira, a empresa pode precisar de uma redução nos quadros.

Ao permitir a conquista desse objetivo, o downsizing tem a vantagem de habilitar a empresa a realizar operações em escala, de acordo com suas necessidades.

Ganho de eficiência

A gestão de equipes se torna um desafio maior quando há muitos funcionários envolvidos e, sobretudo, diferentes profissionais ocupando cargos iguais ou bastante similares.

O downsizing otimiza a utilização dos recursos da empresa, e isso não tem a ver somente com o dinheiro. 

Também ocorre um melhor aproveitamento do capital humano, o que favorece o ganho de eficiência.

Ter um quadro de funcionários enxuto e a redução nos níveis hierárquicos leva a um redesenho das atribuições dos profissionais. 

Além disso, é possível criar um cenário mais flexível, em que cada colaborador tenha mais autonomia no exercício de suas funções.

A combinação desses fatores tende a fazer com que o potencial dos profissionais seja mais bem aproveitado. Algo que favorece a eficiência de equipes e da empresa como um todo.

Aumento de produtividade

A melhoria na eficiência pode se refletir em aumento de produtividade, e vice-versa. 

Quando a empresa reduz o quadro de funcionários, precisa focar nas necessidades e atribuições de cada um de forma mais atenciosa.

Ao fazer isso de maneira estratégica, a organização pode criar condições mais adequadas para que os profissionais desempenhem melhor seus papéis, estejam mais engajados e motivados.

Principais desvantagens

desvantagens do downsizing

Apresentar também as desvantagens é manter a coerência já que, como todos sabemos, não há nada que seja 100% vantajoso em nenhum cenário.

Ainda, conhecer esses pontos permite que a empresa se prepare também para administrar e minimizar aquilo que não é tão positivo com relação ao downsizing.

Aos gestores é sempre recomendado se preparar para lidar com as desvantagens. 

Focar apenas em pontos negativos pode levar a um cenário em que esses acabem ofuscando as vantagens ou se tornando um desafio maior do que deveriam ser.

Nosso objetivo ao apontar as desvantagens do downsizing, portanto, é que sua empresa possa se preparar para enxergá-las como uma possibilidade que pode ser contornada, em vez de questões inevitáveis do processo.

Custo com rescisões

Estamos falando de uma técnica de gestão que visa promover a economia de custos. Porém, a empresa precisa ter em mente que antes de significarem redução na folha salarial, demissões geram despesa.

É certo, como temos dito, que o downsizing vai além da redução do quadro de funcionários

Sendo essa sua principal característica, porém, a empresa precisa se preparar para arcar com os custos dos desligamentos, além de fazê-los de forma bem estratégica.

Promoção da insegurança

O principal objetivo do downsizing é a redução de custos a partir da diminuição dos quadros da empresa, ou seja, por meio da demissão de funcionários.

Sempre que demissões acontecem, sobretudo quando não são únicas ou relacionadas a um episódio tido como natural, tendem a gerar insegurança entre os demais.

Os funcionários que ficam podem se sentir confusos e temerem que seus futuros na organização também estejam ameaçados

Por essa razão, a comunicação interna é essencial para evitar as desvantagens do downsizing.

Considere que, com o downsizing, a empresa vai escolher manter os profissionais que:

  • têm o perfil adequado para lidar com o desafio de uma reestruturação;
  • que melhor desempenhem seus papéis dentro da organização.

Assim, o processo de downsizing cria uma expectativa em cima desses funcionários, e nada mais justo que haja transparência com relação a tudo isso. 

Em resumo, os trabalhadores merecem saber o que está acontecendo, por que a empresa optou por essa técnica de gestão e o que isso significa para eles.

Não é nada interessante que, durante a reestruturação que pode salvar a empresa, seus funcionários se sintam ameaçados por pura desinformação. 

Essa reação é algo que pode minar a motivação dos trabalhadores e até fazê-los buscar outros empregos.

Prejuízo à imagem

Todo gestor sabe que, em determinados cenários, a desinformação pode fazer com que a empresa seja vista como a vilã e os funcionários como as vítimas. 

Se falamos de um processo que envolve demissões, então, há um risco real de que as decisões da alta gestão sejam mal interpretadas.

Com consequência, o downsizing que não é devidamente comunicado pode fazer com que os funcionários e ex-funcionários criem uma visão negativa da empresa

Essa visão, vale ressaltar, pode ser levada para o mercado, prejudicando a imagem da organização.

Assim, é novamente a comunicação clara que previne o problema, minimizando o impacto das demissões. 

Perder o emprego não é agradável, mas se o trabalhador entende o que há por trás da decisão da organização, pode encarar a situação de forma mais tranquila, evitando danos à imagem da empresa.

Perda de talentos

Ainda que a empresa faça bem suas escolhas quanto a quem demitir e quem manter em seus quadros, pode precisar dispensar mais mão de obra qualificada do que gostaria.

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Esse é um dos motivos pelos quais o downsizing pode acarretar em perda de talentos para a concorrência.

Considerando o contexto do processo e seus desafios, vale lembrar ainda que há uma chance de que alguns funcionários se sintam insatisfeitos e optem por sair.

Isso vale, inclusive, para a perda de líderes que se sintam prejudicados com a mudança ou que simplesmente não se identifiquem com a reestruturação.

Danos aos processos

Por fim, é preciso lembrar que o downsizing deve ser bem planejado em cada uma de suas etapas. 

Mudar os processos para se adequar a uma nova realidade exige estudo, análise, planos e acompanhamento constante.

A empresa tem que se preparar para isso de forma a fazer com que o downsizing não leve a processos falhos e ineficientes. Essa é uma situação contrária à buscada com a mudança.

Considerar essa possibilidade é importante para que a organização tenha clareza a respeito da necessidade de pensar cada etapa antes de implementar o downsizing.

Por que o downsizing se faz necessário

Por que o downsizing se faz necessario

Agora que você conhece melhor o conceito de downsizing, precisa entender que não falamos de uma escolha que deve ser feita em qualquer contexto. 

Muitas das vezes, o downsizing surge como a única ou a melhor solução para manter uma empresa operante e sustentável.

Quando a alta gestão da empresa percebe que a organização não está operando com o máximo de eficiência e que não há como aplicar mais recursos para melhorar essa situação, a elaboração de um plano de downsizing é o caminho.

Mais do que isso, quando esses gestores — geralmente CEOs e CFOs ― percebem que a empresa vive uma crise ou até se aproxima de um caso de falência, o downsizing pode ser a decisão adequada para salvar a organização.

Isso porque, em curto prazo, o principal objetivo do downsizing é mesmo a redução de custos. 

Algo que, por mais que envolva uma decisão dramática, a longo prazo visa reduzir ou eliminar por completo as burocracias que afetam a empresa.

Com isso, se em paralelo à economia financeira há a necessidade de garantir um melhor ritmo de trabalho e tornar o ambiente da empresa mais agradável, o downsizing é bem-vindo.

Vale saber, a proposta de aumentar a eficiência por meio do downsizing contando com um número menor de funcionários não deve implicar em ter profissionais mais sobrecarregados. Pelo contrário!

A reestruturação organizacional que é proposta pretende ainda que os funcionários tenham mais independência e flexibilidade.

Isso, sim, ajudará a reduzir a pressão sobre cada um deles, contribuindo, entre outras coisas, para um ambiente profissional melhor.

Motivos para implementação

Não há dúvidas que a análise das finanças da empresa é fundamental para identificar a necessidade de aplicação do conceito de downsizing, ou seja, da adoção dessa técnica de gestão.

Para além de salvar a empresa da falência, porém, convém alinhar o objetivo financeiro a outros para determinar que a organização está diante do momento certo e que esse processo é mesmo a melhor alternativa.

Para isso, é válido ter em mente que o downsizing se aplica para:

  • eliminar gargalos financeiros graves da empresa e garantir um crescimento sustentável;
  • modernizar e revitalizar seus processos em busca de mais eficiência e qualidade;
  • reduzir ou eliminar burocracias que representem atrasos e que comprometam a eficiência organizacional;
  • desenvolver melhores produtos e serviços e entregar mais qualidade aos públicos envolvidos;
  • aproveitar melhor o capital humano, ou seja, os conhecimentos e as habilidades dos funcionários;
  • facilitar o crescimento e a expansão de mercado.

Entenda que esses pontos não devem vir sozinhos, até porque pode ser que a empresa não identifique todas essas necessidades.

Porém, considerando que o downsizing deve ser aplicado diante da iminência de uma crise, o mais adequado é que a maioria dessas necessidades façam parte da realidade da organização.

Tenha em mente que o downsizing pode trazer benefícios relevantes, e se não fosse assim não seria apontado como uma técnica capaz de salvar uma empresa da falência.

Apesar disso, tende a ser um processo delicado e, caso feito sem justificativa ou sem estratégia bem definida, o downsizing pode ser traumático para a empresa.

Como identificar essa necessidade

Todos os motivos apresentados para a implementação do downsizing são, por si só, respostas à pergunta de como identificar um cenário que indique que a empresa precisa passar por essa reestruturação.

Apenas para complementar, queremos ressaltar que essa identificação precisa se basear em uma análise pautada por dados. 

É preciso contar com indicadores que comprovem o cenário de crise ou de gargalo que gera a necessidade das demissões e das estratégias atreladas ao downsizing.

Ainda, convém realizar uma projeção de cenários e de faturamento para entender os contextos em que o processo pode se desenrolar. 

Algo que, na melhor das hipóteses, vem acompanhado de um estudo de viabilidade.

Tudo isso porque o downsizing tende a acontecer diante de uma necessidade de garantir a sobrevivência e a sustentabilidade de um negócio. 

Sem as devidas análises, a aplicação da técnica pode aumentar o desafio ou criar novos obstáculos em vez de servir como solução.

Os resultados esperados do downsizing

Com tudo o que você leu até aqui, já deve ter uma boa ideia daquilo que uma empresa pode esperar ao implementar o downsizing de forma correta, certo? 

Portanto, foi apenas para ajudar você a organizar melhor as ideias e facilitar a compreensão do todo que reunimos esses resultados na lista abaixo. Confira:

Os resultados esperados do downsizing
  • redução de custos operacionais;
  • otimização dos processos produtivos;
  • manutenção ou melhora da qualidade;
  • utilização mais estratégica da força de trabalho;
  • melhoria de desempenho e produtividade;
  • maior agilidade no processo de tomada de decisões;
  • recuperação econômica e/ou crescimento empresarial;
  • modernização dos processos da empresa;
  • melhoria da comunicação interna;
  • aumento dos lucros;
  • maior segurança aos investidores.

Como implementar da melhor forma

Como implementar o downsizing da melhor forma

O downsizing pode ser bastante complexo. Se a empresa não se preparar corretamente para implementá-lo, as desvantagens que mencionamos anteriormente vão se tornar realidade em um piscar de olhos. 

Para piorar, as vantagens podem não ser sentidas, e o objetivo de recuperar a empresa pode ir por água abaixo.

Para garantir uma boa implementação, é preciso conhecer o processo de downsizing mais a fundo.

Tipos de downsizing

É muito importante ter em mente que o downsizing pode acontecer de formas diferentes. É possível que ele se aplique à empresa como um todo ou que seja focado neste ou naquele setor.

Além do mais, é possível ter um downsizing reativo ou um estratégico, sendo o segundo aquele que você deve buscar para a sua empresa.

Isso porque o reativo foca na redução do quadro de funcionários considerando a redução de despesas, mas sem realizar um diagnóstico completo e ponderar sobre as consequências da decisão.

Por sua vez, o downsizing estratégico só acontece depois de uma análise profunda, de deliberações e da elaboração de um plano que vai permitir que vantagens sejam alcançadas e que isso aconteça mais rapidamente.

Etapas do downsizing

Sendo assim, buscando algo mais estruturado, a implementação do downsizing passa por diferentes etapas que vão garantir a sua adequação às necessidades e aos objetivos da empresa, assim como seu sucesso na prática. Acompanhe!

Estudo de cenário e planejamento

Para demitir pessoal e cortar gastos, a empresa precisa saber de sua situação financeira, de quanto precisa economizar e de como as demissões podem ser feitas estrategicamente.

Assim, o planejamento serve para que a empresa tenha clareza dos motivos para a reestruturação e saiba como vai realizá-la

Definições que envolvem, sobretudo a alta gestão da empresa que precisa conhecer os custos da organização para definir quais podem ser cortados ou reduzidos.

Definição de metas

Faz parte do estudo e planejamento definir o que a empresa quer alcançar e em quanto tempo. 

A redução de gastos precisa ter uma estimativa de valor bem definida, assim como outros objetivos como a manutenção (ou conquista) de uma equipe de alta performance.

A empresa precisa definir quais são seus objetivos de curto, médio e longo prazo. 

O downsizing tem impactos mais imediatos, atrelados à redução da folha salarial.

Porém, também tem consequências que vão se consolidando com o tempo, como a revitalização dos processos e as mudanças na dinâmica interna.

Para gerenciar todas as metas, convém ter um cronograma com prazos que sejam viáveis.

Elaboração de princípios básicos

Para além da demissão em massa, com o downsizing nós estamos falando de uma reestruturação que pode ser bastante ampla.

A definição de princípios é como a criação de um guia que orienta todos os envolvidos a respeito de como o processo deve ser feito, de como respeitar seus objetivos e atuar com o mesmo foco.

Coleta de fatos 

Lembra-se de que mencionamos que é preciso coletar dados e usar indicadores? Entre as etapas de implementação do downsizing estão aquelas que vão atestar a viabilidade das escolhas da empresa.

Rescisões contratuais representam uma despesa e é preciso ter clareza sobre o retorno de cada uma das decisões. 

Para além do pagamento de verbas, a empresa precisa saber escolher quem demitir com base não apenas em variáveis financeiras, mas naquilo de que precisa para a sua reestruturação.

Identificação de oportunidades

A principal consequência que se espera do downsizing é a redução de custos, mas o planejamento da empresa não pode parar por aí. 

Além de considerar os resultados possíveis, convém alinhá-los a eventuais oportunidades que a empresa pode abraçar para crescer ou evoluir.

Não se trata apenas de sobreviver, mas de vislumbrar oportunidades para dar vida nova ao negócio.

Planejamento de melhorias

Como deve estar claro a essa altura, nada no downsizing pode ser aleatório. Além de buscar a redução do quadro de funcionários, o que mais a empresa pode fazer para melhorar seus resultados? 

Entre as possibilidades que o processo apresenta, o que faz sentido para a organização?

Execução

Com tudo planejado, inclusive com o cronograma desenvolvido, a última etapa de implementação do downsizing é aquela que começa a apresentar efeitos: a sua execução.

Com tudo isso, entenda ainda que implementar o downsizing envolve:

  • observar e alinhar o processo ao planejamento estratégico da empresa;
  • acompanhar a evolução dos indicadores;
  • eliminar posições e níveis hierárquicos;
  • simplificar a estrutura interna;
  • revisar os critérios de avaliação de desempenho individual;
  • promover a horizontalização da empresa, fortalecendo lideranças e aumentando a autonomia dos funcionários;
  • analisar a possibilidade e a viabilidade da terceirização de serviços.

Como fazer uma reestruturação organizacional

Para complementar, precisamos relembrar algo que temos falado ao longo de todo o post: o downsizing promove uma reestruturação organizacional. 

Isso envolve, entre outros fatores, o enxugamento do quadro de funcionários e o redesenho de equipes.

Funcionários podem ter novas atribuições, a hierarquia vai sofrer modificações e a gestão de pessoas também será impactada. 

Com isso, é necessário que a empresa busque formas de preparar seus profissionais para se adequarem à nova realidade.

Além de conversa e comunicação clara, tirar as mudanças do papel pode demandar treinamentos, acompanhamento e supervisão, análise de indicadores de desempenho e ajustes.

Para que tudo isso ocorra, a empresa precisa conhecer bem as peças das quais dispõe. 

Em outras palavras, precisa conhecer seus funcionários, seu perfil, qualidades e potencialidades para saber quem manter e como redirecionar ou adequar a atuação de cada uma dessas pessoas.

Tudo isso pode ser feito contando com forças internas, ou caso perceba-se necessário, contratando uma consultoria externa para auxiliar na avaliação, no planejamento e na implementação adequada do downsizing.

Como lidar com o clima organizacional

Como lidar com o clima organizacional

Além de demissões em massa, o downsizing promove a extinção de funções e de níveis hierárquicos. Isso pode mexer com o emocional dos trabalhadores, e não é difícil entender o porquê.

Imagine um profissional que tem alguns bons anos de casa, sempre se esforçando e conseguindo bater metas. 

Um funcionário que, por conta própria, busca cursos de aperfeiçoamento, porque quer se mostrar peça valiosa dentro da empresa.

Você conhece e, muito provavelmente, valoriza esse perfil. É natural que um profissional assim esteja em busca de ascensão na carreira, e também que seja um funcionário que sua empresa queira manter apesar do downsizing.

Acontece que manter um trabalhador nos quadros da empresa e apresentá-lo a uma reestruturação pode significar indicar que aquele cargo que o funcionário tanto almejava já não existe mais. 

Percebe como isso pode ser confuso e desmotivante para alguém que tanto se dedica à empresa?

Some a isso o que já mencionamos sobre as inseguranças que o processo de demissão de funcionários em massa pode gerar e temos a receita pronta para um clima organizacional ruim.

Considerando tudo o que pode acontecer, para manter um bom clima interno, a empresa precisa apostar em transparência, comunicação clara e estratégias para manutenção de motivação dos profissionais. 

Essas são ações que nos levam a pensar na importância do RH ao longo do processo.

Campanhas internas podem ser criadas para apresentar cada etapa do downsizing, além de mostrar as vantagens reais não apenas para a empresa, mas para seus funcionários também.

Em suma, é fundamental que a empresa busque formas de garantir o bem-estar no trabalho, sobretudo para que os funcionários consigam lidar bem com as mudanças e os desafios a elas atrelados.

Conclusão

O downsizing não é uma técnica de gestão simples. Por isso, não é aplicada por qualquer organização que esteja pensando em reduzir custos ou fazer alguma mudança na dinâmica interna.

Por ser um processo que exige planejamento detalhado do começo ao fim e que pode ter impactos bastante significativos, o downsizing é mais recomendado a empresas na iminência de uma crise, visando evitá-la ou resolvê-la.

Ainda que seja feito em um momento crítico em que a empresa corre contra o tempo, demanda pensamento estratégico, análises e acompanhamento para que funcione bem e garanta a conquista dos objetivos esperados.

Sua empresa vai passar pelo downsizing? Saiba a importância da entrevista de desligamento para melhor promover mudanças!

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