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O modelo híbrido de trabalho já existia na vida de diferentes empresas, mas ganhou novo espaço nas conversas entre gestores e profissionais do RH em razão da adoção do home office durante a pandemia da covid-19.

Em julho, depois que a volta à rotina começou a ser flexibilizada, o Ipea registrou uma queda de 12,7% para 11,7% no número de profissionais trabalhando em casa.

A volta ao escritório é natural, mas abandonar por completo o home office pode ser desperdício de tempo e de recursos. É considerando essa possibilidade que convidamos você a uma conversa sobre trabalho híbrido e o quão preparada sua empresa está para essa realidade. Confira!

O que é modelo híbrido e qual o cenário proposto pela pandemia

As vantagens do modelo de trabalho híbrido

Você já deve saber, mas não nos custa nada esclarecer que o modelo de trabalho híbrido é aquele em que parte da jornada é realizada na sede da empresa e outra parte no home office.

Em outras palavras, o trabalho híbrido é uma situação em que os funcionários passam parte da semana trabalhando no escritório e outra em suas casas ou outro lugar de sua preferência.

O trabalho híbrido não é uma novidade. Empresas que já vivenciavam o home office antes da quarentena estão entre as que já adotaram esse modelo.

Essas organizações até tiveram a oportunidade de aprender como usá-lo da forma mais estratégica possível. 

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Apesar disso, uma vez que estivemos diante de uma sociedade que forçou empresas e profissionais a lidarem com o trabalho sendo feito de casa, é de se esperar que o modelo híbrido de trabalho esteja sendo pensado por muitos só agora.

Aproveite que está por aqui e confira também estes artigos:

Como a pandemia mudou o modelo de trabalho

Você acompanhou as notícias sobre como a pandemia impactou a realidade do trabalho? 

Se sim, provavelmente soube de pesquisas como a da Gartner que apontou que 82% das empresas brasileiras pretendem que seus funcionários sigam em home office ao menos uma parte do tempo.

A vice-presidente de Consultoria da Prática de RH da Gartner, Elisabeth Joyce, indica que com as mudanças provocadas pela covid, tomadores de decisão estão conduzindo duas situações em paralelo:

“Enquanto os líderes de negócios planejam e executam a reabertura de seus locais de trabalho, eles estão avaliando arranjos de trabalho remotos mais permanentes como uma maneira de atender às expectativas dos funcionários e criar operações comerciais mais resilientes”.

É necessário jogar luz também às expectativas dos trabalhadores, porque não são apenas os executivos e gestores que se mostram favoráveis ao home office ou ao trabalho híbrido. 

Em paralelo, segundo outra pesquisa feita pela Robert Half, 86% dos profissionais gostariam de seguir atuando em casa.

Nenhum desses dados, por mais interessantes que sejam, determinam como esse trabalho feito de casa deve ocorrer. 

Ainda que indiquem um caminho que agrada a empregadores e a trabalhadores, cada caso merece uma análise diferente.

Em outras palavras, cabe à sua empresa estudar e definir se deseja seguir em home office 100%, se vai colocar algum setor no modelo de trabalho híbrido ou até se vai retornar para a atuação integralmente presencial.

Em matéria publicada pelo portal Terra, diferentes executivos do país avaliaram o modelo de trabalho híbrido. 

Em geral, as opiniões são de que o equilíbrio entre home office e atuação presencial permite acesso ao melhor de dois mundos.

Um ponto interessante, levantado por Luciene Magalhães, líder de capital humano da KPMG na América do Sul é que “as características de cada negócio influenciam a margem de adoção do regime remoto”. 

Com isso em mente, ressaltamos que mais do que apresentar o modelo de trabalho, vamos ajudar você a entendê-lo melhor sob o ponto de vista legal e prático.

O que diz a lei sobre o modelo híbrido de trabalho

ônus da prova trabalhista

Seguimos, portanto, compartilhando com você a questão legal que, aconselhamos, sempre deve ser uma preocupação dos tomadores de decisão nas empresas.

O que você precisa saber é que, ao menos por enquanto, a CLT não contempla o modelo de trabalho híbrido

Em outras palavras, não há nenhum capítulo ou artigo específico da legislação que apresenta normas sobre esse tipo de jornada.

Isso não significa, porém, que empresas estão totalmente no escuro. Em 2017, com a publicação da Reforma Trabalhista — lei n° 13.467 ― a legislação passou a regular o teletrabalho, mas as definições são diferentes.

Ainda, a MP 927 esteve em vigência por um tempo regulamentando o home office

Entretanto, por ser uma MP, acabou caducando com o tempo e reforçando a necessidade de que o governo pensasse em formas de incluir o modelo de trabalho híbrido em uma nova resolução.

Com tudo isso, para adotar uma jornada de trabalho híbrida, uma empresa precisa fazer um aditivo de contrato home office para resguardar a relação entre empregador e funcionários.

A ideia desse aditivo é ter um documento que comprove que as partes acordaram o novo tipo de jornada, definindo ainda algumas regras e parâmetros.

Para que você tenha uma ideia sobre a importância de ter esse documento devidamente assinado, o home office não prevê a definição de uma rotina de até 8 horas diárias de trabalho. 

É possível dizer ainda que a lei não obriga a adoção de um sistema de marcação de ponto. Contudo, é preciso muita atenção a isso, porque a legislação considera a adoção de soluções que viabilizam esse controle.

Em todo caso, para acompanhar melhor a produtividade de seus funcionários, sua empresa pode definir algumas regras, adotando, inclusive, soluções alternativas de controle de jornada a serem utilizadas no trabalho híbrido. 

Veremos mais sobre isso adiante. Por ora, queremos mencionar ainda que o acordo entre as partes determina quem fica responsável pelos equipamentos.

Isto é, quem deve comprar e se responsabilizar pela manutenção dos equipamentos a serem utilizados pelo trabalhador, de sua casa, e outros detalhes relacionados à mudança.

Direitos dos trabalhadores no trabalho híbrido

Antes de seguirmos adiante para falar sobre as vantagens que o modelo de trabalho híbrido apresenta, queremos ressaltar uma questão importante que não pode ser ignorada por sua empresa.

Não é porque não há uma legislação específica sobre a jornada híbrida que não existam direitos a serem respeitados

Atualmente, com a regulamentação do home office pela Reforma, a CLT traz em seu texto regras que precisam ser conhecidas por empregadores, pelo RH e pelos trabalhadores.

Em nosso blog, temos um artigo especial sobre os direitos do trabalhador em home office que vai ajudar você a entender como a implementação do modelo híbrido deve ser conduzida do ponto de vista legal.

As vantagens do modelo de trabalho híbrido

gestão a distância

Em um cenário de pandemia, a volta aos escritórios pode ser tanto desejada quanto temida. 

Por isso, para minimizar as chances de contágio, o trabalho híbrido tem a vantagem de permitir um número menor de funcionários na empresa em cada dia da semana.

A segurança, porém, não é o único ponto favorável que esse modelo de trabalho apresenta. 

A seguir, mostraremos outras vantagens que têm potencial para fazer você entender por que vale a pena enfrentar o desafio de atuar no meio online e no meio offline simultaneamente.

Falamos de pontos que tornam o modelo de trabalho híbrido como uma opção válida também para um futuro em que finalmente estejamos livres da pandemia. Vamos a eles!

1. Diminuição de atrasos

Uma das vantagens mais notáveis da adoção do home office é a redução do tempo gasto no trânsito. 

Para empregadores, a principal preocupação nesse sentido é lidar com atrasos frequentes de seus funcionários, o que leva diversas empresas a adotarem horários alternativos.

A questão é que, ainda que seja bastante válida, evitar o trânsito no horário de pico não é uma estratégia exclusiva para quem conquista esse direito. 

Qualquer empresa que deseje essa flexibilidade pode fazê-lo. Como consequência, o tempo gasto no trajeto diminui, mas não elimina a possibilidade de atrasos.

Quando trabalha de casa, o funcionário não tem que lidar com imprevistos que o colocam em um engarrafamento ou que o fazem bater ponto mais tarde do que deveria. 

Ainda, ele não precisa lidar com o estresse do trânsito que pode afetar seu humor e sua produtividade no trabalho.

Com isso, ambas as partes envolvidas nessa relação saem ganhando.

2. Descentralização

Nos últimos anos, acompanhamos o debate em torno da horizontalização da hierarquia, uma mudança que altera o exercício da liderança e garante mais autonomia aos funcionários.

É algo que vai de encontro ao conceito de descentralização que prevê uma autoridade mais dispersa em que pessoas de níveis hierárquicos mais baixos também podem tomar decisões. 

Algo, claro, que se limita àquilo que pertence ao seu rol de competências e responsabilidades.

Com os funcionários trabalhando remotamente, é necessário que cada um tenha mais autonomia para cumprir suas tarefas. 

Isso favorece a cultura colaborativa, o trabalho em equipe e, consequentemente, o fluxo dos processos na empresa.

É sempre bom ter em mente que funcionários que exercem sua autonomia com o aval da empresa podem se sentir mais motivados e mais confiantes em suas funções. 

Algo que pode elevar sua satisfação, o nível de comprometimento e a vontade de manter-se nos quadros da empresa.

3. Otimização de atividades

O home office demanda que empresas revejam a forma como seus processos são conduzidos para adequar sua execução a um contexto digital ou online.

No modelo de trabalho híbrido, é preciso mesclar online e offline de forma a fazer com que as tarefas sejam devidamente cumpridas, mantendo o padrão de qualidade e respeitando prazos.

Certamente, é um desafio. Mas quando a empresa planeja essa reestruturação e a executa de forma consciente, consegue tornar seus processos mais dinâmicos e eficientes

Com isso, há um ganho de produtividade e, possivelmente, de qualidade também.

A otimização de processos tende a fazer com que os funcionários trabalhem melhor, reduzindo eventuais frustrações causadas por gargalos e retrabalhos. 

Com isso, eles se sentem bem com relação ao trabalho e ao próprio desenvolvimento profissional, o que favorece a motivação, o clima organizacional e mais.

4. Redução de custos

Um volume menor de funcionários na empresa diariamente resulta também em uma redução de custos para o empregador.

Entenda que o modelo de trabalho híbrido pode tanto determinar dias em que ninguém estará no escritório, quanto estabelecer um rodízio ou definir dias em que todos devem estar.

Seja como for, no fim das contas, há um gasto menor com energia, internet, vale-transporte ou auxílio-combustível e outros custos atrelados. 

Ainda, caso prefira, com a mudança a empresa pode migrar para um espaço de coworking que seja mais flexível e que tenha um aluguel mais barato.

Se quisermos analisar melhor essa situação, podemos simplesmente dizer que a empresa que adota a jornada híbrida passa a ter mais dinheiro em caixa. 

Ou podemos apontar que, com a economia feita, a alta gestão pode repensar a aplicação de recursos para investir em melhorias e no crescimento da organização.

Considere ainda que essa aplicação mais estratégica de recursos pode trazer benefícios não apenas para o empregador, mas também para os funcionários.

5. Melhor gestão do tempo

Por fim, precisamos citar a melhor gestão do tempo não como algo intrínseco ao trabalho, mas ao ganho de qualidade de vida por parte dos funcionários da empresa.

Quem passa menos tempo no trânsito pode gerenciar melhor os momentos que tem para si, com a família ou com os amigos. 

Essa pode ser entendida, inclusive, como uma das razões pelas quais o modelo de trabalho híbrido favorece o fortalecimento da employer brand.

Em cada vantagem que apresentamos, comentamos sobre efeitos positivos tanto para a empresa quanto para seus trabalhadores. 

A valorização do capital humano é algo que favorece a atração e retenção de talentos, além de melhorar a imagem que funcionários e o mercado têm sobre a organização.

Por essa razão, pensar em fatores que favorecem o bem-estar, a satisfação, a motivação e outros é estratégia, uma estratégia atrelada à lista de vantagens do modelo híbrido.

Como implementar o modelo híbrido na empresa

equipe a distância

Se sua empresa precisou migrar para o home office de supetão, se foi pega de surpresa pela pandemia, é provável que você já saiba que essa transição pode ser desafiadora.

Quanto a isso, temos duas boas notícias: 

  1. o cenário ainda é adverso, mas sua empresa pode se planejar melhor agora;
  2. existem recursos que podem ser utilizados para implementar o trabalho híbrido com sucesso.

A seguir, vamos comentar quais são esses recursos e você vai perceber que o planejamento anda lado a lado. 

Conhecendo ferramentas e estratégias, sua empresa vai precisar escolher o que usar e como usar considerando suas próprias necessidades. Confira!

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Tecnologia e recursos necessários

Mencionamos anteriormente que o termo aditivo ao contrato vai esclarecer se é a empresa que fornecerá os equipamentos para o trabalho ou se essa será uma responsabilidade do funcionário.

Quanto a isso, além de diretrizes internas, convém consultar o que a Convenção Coletiva ou o Acordo Coletivo de Trabalho diz com relação ao home office. 

Vale lembrar que, desde a publicação da Reforma Trabalhista, esses documentos têm prevalência sobre a CLT, além de trazerem regras exclusivas de cada categoria.

Em todo caso, é fundamental que a empresa se responsabilize pela adoção de plataformas e de aplicativos que favoreçam a comunicação, a documentação e o acompanhamento de processos

Não há trabalho híbrido sem o uso de soluções que cumprem esses propósitos. A ideia é que quem está no escritório precisa se comunicar com quem está em casa com facilidade e efetividade. 

Membros de uma mesma equipe, independentemente de onde estejam, precisam conseguir acompanhar cada etapa dos processos de trabalho que lhes compete. Para tanto, a empresa precisa definir quais ferramentas vai usar.

Cibersegurança e proteção de dados

Ainda que a empresa decida, em acordo, que os funcionários são responsáveis pela infraestrutura (computadores e internet), é importante que assuma o controle quando o assunto é cibersegurança.

É fundamental que a organização conte com um plano de proteção de dados com ações que vão desde a simples escolha e instalação de um antivírus corporativo até a criação de redes privadas e wi-fi seguro.

A adoção de sistemas em nuvem é outra solução que permite que, mesmo em casa, os trabalhadores tenham acesso ao ambiente virtual da empresa e às suas ferramentas.

A ideia é evitar ataques hackers e a perda ou o vazamento de informações sensíveis e valiosas, além de assegurar que imprevistos não atrasem ou impeçam um dia de trabalho.

Ainda, é importante que empresas tenham em mente a LGPD, a Lei Geral de Proteção de Dados. 

Isso porque pode ser necessário estabelecer regras mais claras para o trabalho realizado de casa para que a empresa tenha o devido controle sobre as licenças de coleta e uso de dados dos usuários.

Temos também alguns materiais sobre trabalho híbrido. Confira:

Como gerenciar parte da equipe em casa e parte na empresa

Como você já deve estar imaginando, nem só de preocupações com a parte técnica do trabalho a distância vive uma empresa que decide adotar a jornada híbrida.

Aliás, uma vez que a parte técnica do uso de ferramentas e da cibersegurança é devidamente estabelecida, é natural que a preocupação que mais se destaca no dia a dia esteja relacionada à gestão de pessoas.

Em determinado intervalo de tempo, parte da equipe de funcionários estará sendo gerida remotamente e outra parte presencialmente. 

São contextos diferentes em suas particularidades, mas que não podem ter resultados distintos.

Com isso, há alguns pontos que precisam ser considerados quando o assunto é a implementação do modelo de trabalho híbrido. Veja!

Liderar pelo exemplo

Uma empresa que decide implementar o trabalho híbrido tem a expectativa de que seus funcionários correspondam. 

Em outras palavras, deseja que eles se adaptem e que ajudem a tornar realidade a lista de benefícios que o modelo pode ter.

Para tanto, além de criar condições ideais para o trabalho home office e a interação entre o online e o offline, a empresa precisa capacitar seus líderes para se adaptarem a essa realidade de gestão remota combinada à presencial para que sejam capazes de influenciar pelo exemplo.

O uso de novas ferramentas e a adaptação a um novo contexto também precisam fazer parte da rotina das lideranças.

Elas, ao participarem, vão ajudar os demais a se ambientarem à dinâmica do trabalho híbrido.

Acompanhar a produtividade

A preocupação com a produtividade é uma das que surgem primeiro nas rodas de conversa sobre a adoção do home office ou do modelo de trabalho híbrido.

Empregadores temem que as lideranças não consigam acompanhar a rotina de trabalho e saber se o desempenho de cada funcionário e de cada equipe está ou não satisfatório.

Não se trata de uma questão sem solução, porém. O que você precisa entender é que o trabalho híbrido não impede o acompanhamento da produtividade, mas demanda que seja feito de forma diferente.

Dados da pesquisa da consultoria Gartner, mencionada anteriormente, dão conta de que 61% dos líderes de negócios apostaram na implementação de check-ins mais frequentes entre gerentes e funcionários como solução.

Buscar formas de verificar como o andamento dos processos está é uma estratégia que pode, inclusive, se basear na implementação de uma rotina ou até de um sistema.

Em todo caso, trata-se de uma escolha que facilita o acompanhamento da produtividade e favorece a rápida tomada de decisões caso gargalos sejam identificados.

Algo que significa, entre outras coisas, otimizar a gestão de desempenho para garantir melhor performance dos trabalhadores, quer estejam na empresa ou em suas casas.

Adaptar a comunicação interna

Vantagens da comunicação interna para empresas

O uso de ferramentas para viabilizar a comunicação se volta de maneira especial para a criação de um ambiente virtual em que funcionários possam se comunicar independentemente de onde estejam. 

Como vimos, essa é uma necessidade essencial ao trabalho!

Quanto a isso, precisamos ressaltar que a implementação do modelo de trabalho híbrido não deve envolver a adoção de estratégias pensadas apenas em atender quem estiver em casa. 

Ao menos não nesse contexto em que a pandemia ainda faz parte da nossa realidade.

Por isso, é preciso buscar formas de adaptar a comunicação interna na volta ao trabalho. 

A ideia é garantir que, apesar das novas demandas de segurança e outras que se apresentaram, a empresa conte com estratégias comunicacionais adequadas e eficientes.

Promover ações em prol da cultura

Ainda com base nos dados da Gartner, uma das principais preocupações atreladas à implementação de um modelo de trabalho híbrido é a manutenção da cultura organizacional. Esse é um ponto tão importante que passou pela cabeça de 30% das lideranças.

Na entrevista ao Terra, o presidente do banco Santander, Sérgio Rial, defendeu o modelo híbrido destacando que os funcionários precisam “estar no escritório pelo menos uma vez por semana, porque senão você terceirizou a sua cultura. E nós não queremos terceirizar nossa cultura, queremos que a pessoa permaneça conectada”.

É certo que a visão de Rial se baseia no contexto da organização que preside. Como dissemos antes, cada empresa deve determinar a frequência em casa ou no escritório com base em sua própria realidade.

O Twitter, por exemplo, avisou que seus funcionários poderão escolher qual modelo de trabalho preferem depois da pandemia. Com isso, estarão livres para irem ao escritório apenas quando desejarem ou sentirem necessidade de fazê-lo.

A questão é que, entre os defensores do trabalho híbrido, não é incomum o entendimento de que o comparecimento à empresa favorece a cultura. O que ressaltamos, porém, é que há ações no online que também podem contribuir.

Antes de qualquer coisa, para que a adoção da jornada híbrida dê certo, a empresa precisa fazer algumas adequações em sua cultura. Falamos de uma necessidade que já deve ter se apresentado com relação à gestão de pessoas durante o isolamento.

Com base nisso, além de melhorar sua comunicação e de contar com um RH digital, a empresa deve manter a ideia que já apontamos de capacitar as lideranças, porque sua capacidade de manter essa cultura viva é valiosa.

Tanto no ambiente presencial quanto no virtual, a empresa precisa considerar a experiência dos funcionários, em especial porque ainda vivemos um período de incertezas.

Com isso, queremos dizer que o tratamento dispensado, assim como as estratégias adotadas para viabilizar esse modelo, contam para que a cultura da empresa não se perca.

É bom lembrar que a cultura é o conjunto de valores e regras que definem a realidade de uma empresa, bem como a forma que seus processos são conduzidos. Assim, convém analisar adaptações necessárias e estratégias que mantenham todos alinhados. 

Como fica a marcação de ponto no modelo híbrido

o que é app de ponto eletrônico

Desde a publicação da Lei de Liberdade Econômica ― lei n° 13.874 ― a adoção de um sistema de marcação de ponto só é obrigatória a empresas com mais de 20 funcionários.

Entretanto, organizações menores que optam por realizar o acompanhamento de jornada só têm a ganhar ao favorecer uma relação mais transparente entre as partes, evitando erros de cálculo no fechamento da folha e garantindo direitos.

E como essa regra se encaixa no modelo de trabalho híbrido?

Dê atenção ao contrato firmado

Como já dissemos, cada empresa pode definir como o trabalho híbrido vai acontecer. Com isso em mente, é importante que você considere a diferença entre home office e teletrabalho.

As palavras são comumente usadas como sinônimos. Contudo, em termos legais, apresentam características próprias.

Elas, por sua vez, levam a regras diferentes que precisam ser observadas pelo empregador e pelo RH, além de conhecidas pelos trabalhadores.

Com base na CLT, texto alterado com a Reforma Trabalhista, o teletrabalho consiste em:

“prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com utilização de tecnologias de informação e comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo”.

Nesse caso, a regra é que o funcionário passe a maior parte dos dias trabalhando de casa e apenas alguns na empresa. Quando isso acontece, no teletrabalho, a lei não obriga o controle de jornada.

Do outro lado, conforme explica Leandro Cazeiro, diretor Jurídico do Tangerino e sócio da CCSJ soluções jurídicas, “o home office é o trabalho remoto como exceção, pois a regra é trabalhar na sede e em alguns dias trabalhar de fora”. Ou seja, a situação contrária ao do teletrabalho.

Como mencionamos anteriormente, o home office não obriga que empresas façam esse controle, independentemente de seu tamanho ou número de funcionários. 

Apesar disso, é possível e pode ser necessário caso a adoção de um sistema de controle de ponto já exista na empresa.

O entendimento, portanto, é que quando o funcionário atua mais na empresa do que em casa, o controle de jornada deve existir da mesma forma que é feito na empresa

E isso pode demandar a adoção de soluções alternativas que permitam a marcação de ponto fora do escritório.

Cazeiro explica ainda que é preciso “ver como se dá esse formato híbrido, pois, se ele se assemelhar ao teletrabalho, o controle de ponto não é obrigatório. Contudo, se houver maior semelhança ao regime de home office, o controle deverá ser o mesmo que é na empresa”.

Por isso, é fundamental observar quais são os moldes do contrato definido pela empresa com seus funcionários.

Solução para controle de jornada

Modelo de trabalho híbrido - controle de jornada

Com a situação devidamente identificada, se sua empresa precisa contar com um sistema de controle de ponto, o aplicativo Tangerino é a solução para gestão de ponto certa para todas as modalidades, seja no trabalho presencial ou no remoto.

Tecnologia alternativa regulamentada pela Portaria 373 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Tangerino une a marcação em REP ao ponto mobile. 

Com isso, os funcionários de sua empresa conseguem registrar suas entradas e saídas estando em casa ou de qualquer outro lugar onde realizam seus trabalhos.

Importante dizer ainda que o Tangerino é uma solução de fácil implementação que vai permitir não só o controle de jornada, mas o acompanhamento de produtividade dos funcionários.

Tudo isso estando em conformidade não apenas com a legislação trabalhista, mas em observância às regras de coleta e uso de dados apresentadas pela já mencionada LGPD. Com o Tangerino Totem, os funcionários podem realizar suas marcações por meio da biometria facial, sem qualquer tipo de contato físico com o dispositivo. Algo que ajuda a manter todos mais tranquilos e seguros.

Assinatura da folha de ponto

Para concluir a conversa sobre tudo o que envolve o controle de ponto no modelo híbrido de trabalho, precisamos falar sobre a assinatura do espelho da folha de ponto.

Verdade seja dita, não há um texto legal que aponte que o recolhimento dessa assinatura é obrigatório. 

Entretanto, falamos de algo que serve como prova de que o trabalhador reconhece que os dados que basearam sua remuneração estão corretos.

Por isso, a Justiça só tende a acatar como verdadeiros os documentos de folha de ponto quando há a assinatura do funcionário. 

Assim, ainda que não haja determinação expressa, o melhor é não ignorar essa demanda.

E já que falamos de um sistema alternativo de controle de jornada como o Tangerino, é interessante que apresentemos a você a assinatura eletrônica de folha de ponto como um recurso que sua empresa deve buscar para se resguardar.

É bom ressaltar que, com funcionários e equipes alternando entre o home office e o trabalho presencial, a assinatura eletrônica facilita a vida do RH e do DP. 

Isso porque possibilita que o espelho da folha de ponto seja “validado” pela assinatura dos trabalhadores a qualquer momento e de qualquer lugar.

Próximos passos…

Independentemente da pandemia do novo coronavírus, o modelo híbrido de trabalho já era visto como uma tendência no mercado

Isso porque a modalidade tende a caminhar lado a lado com a adoção do home office que também já estava em curso.

Com tudo isso, falamos de um futuro que poderia demorar um pouco mais para se tornar realidade, mas que foi adiantado pelas mudanças que o isolamento impôs.

A flexibilização das restrições nos leva a dois cenários: um em que as empresas retomam o trabalho presencial por completo e outro em que não desperdicem tempo, recursos e os benefícios colhidos com a mudança para o trabalho remoto.

Considerando que a ideia é evitar retrocessos e promover adaptações para melhor se encaixar a uma nova realidade, baseamos este post na expectativa de que sua empresa queira se preparar para abraçar de vez o trabalho híbrido. Assim, esperamos que as dicas legais e práticas tenham sido úteis.

Decidiu se organizar para que o modelo de trabalho híbrido seja bem-sucedido? Fale com um de nossos consultores e entenda em detalhes como o Tangerino pode ajudar!

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