No Brasil, é comumente adotada a jornada de trabalho de 44 horas semanais e a lei determina que um dia de trabalho não deve ultrapassar oito horas diárias. Assim, abre-se margem para trabalhar meio período (quatro horas) no sábado.
Essa jornada é regulamentada pela CLT e compreender suas normas deve ser uma prioridade de todas as empresas a fim de manter-se na legalidade.
Especialmente, quando algumas tentam impor dias de trabalho de oito horas e 48 minutos durante a semana sem as devidas compensações.
Dessa forma, criamos este artigo para que você entenda de uma vez por todas tudo sobre como funciona trabalhar 44 horas semanais.
- O que é 44 horas semanais de trabalho?
- O que a lei diz sobre trabalhar 44 horas semanais?
- Como funciona as 44 horas semanais na prática?
- Como fica a jornada de empresa sem trabalho aos sábados?
- A diferença entre jornada de trabalho e escala de trabalho
- Horas extras e o banco de horas nas 44 horas semanais
- Quais outras dúvidas sobre 44 horas semanais existem?
- Próximo passo
O que é 44 horas semanais de trabalho?
A jornada de trabalho de 44 horas semanais, instituída pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e Constituição Federal (CF), é o período de atividade laboral semanal de um trabalhador.
Ao dividir pelos dias úteis, chegamos à jornada diária de 8 horas semanais de segunda a sexta-feira e de 4 horas aos sábados. Ao menos essa é a realidade de grande parte dos brasileiros.
Outra jornada de trabalho que também é bastante comum é a de 40 horas semanais, na qual o sábado acaba não contando com um dia de trabalho.
Falaremos adiante sobre o que dia a lei e as implicações de escolher uma dessas jornadas de trabalho. Agora, adentramos mais no conceito de jornada de trabalho, confira.
Entendendo melhor o que é jornada de trabalho
A jornada de trabalho se refere ao período no qual o empregado fica à disposição do seu empregador. A duração dessa disponibilidade é determinada pela CLT ou pelo contrato do trabalho, a primeira prevalecendo sobre sua extensão máxima.
De forma prática, a jornada compreende o horário de entrada no trabalho, os intervalos obrigatórios como o para almoço e o final das atividades.
Assim, é importante levar em consideração a regulamentação trabalhista sobre como esses três momentos devem funcionar e como manter a relação trabalhista dentro dos parâmetros legais.
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O que a lei diz sobre trabalhar 44 horas semanais?
O padrão de uma jornada de trabalho de no máximo oito horas diárias no Brasil é estabelecido pelo artigo 58 da CLT:
“A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.”
Já a CF de 1988 traz o seguinte texto sobre este assunto:
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
[…]
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.”
Dessa forma, fica claro que a jornada de 44 horas semanais é o máximo que qualquer trabalhador urbano ou rural pode ser submetido. Ademais, também é inquestionável a duração máxima do dia de trabalho de 8 horas.
Assim, respondendo uma das perguntas mais comuns ao adotar a jornada máxima descrita na Constituição: “44 horas semanal equivale a quantas horas por dia?”
São oito horas semanais de segunda a sexta e quatro horas no sábado. Vale salientar que essa não é a única escala de trabalho permitida por lei.
Compreender as limitações impostas às empresas é importante, especialmente porque algumas empresas que não funcionam nos finais de semana tentam aumentar a jornada diária para 8 horas e 48 minutos sem o pagamento adequado.
Abordaremos essa questão em detalhe nos tópicos seguintes, continue a leitura para entender o que fazer nesses casos.
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Como funciona as 44 horas semanais na prática?
A fim de cumprir as 44 horas semanais, é necessário atuar de segunda a sexta por oito horas e no sábado trabalhar por quatro horas.
Essa jornada normalmente representa uma escala 6×1, na qual o colaborador trabalha por seis dias e folga um. Algumas empresas empregam essas mesmas 44 horas em escalas 5×2, ou seja, de segunda a sexta o trabalhador fica disponível para a empresa por oito horas e 48 minutos.
Contudo, isso tem algumas implicações que discutiremos mais a fundo no tópico posterior. Por isso, é mais comum que essas empresas adotem uma carga horária de 40 horas semanais.
Além disso, é importante destacar que o empregado tem direito a pausas. Veja o que diz o Artigo 71 da CLT sobre isso:
Art. 71 – Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
§ 1º – Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
Dessa forma, todo trabalhador que estiver na empresa por mais de 6 horas, deve ter uma hora de intervalo; entre 4 e 6 horas, 15 minutos e menos de 4 horas não tem esse direito.
E os trabalhos aos domingos, como ficam? Para descobrir, assista ao vídeo que preparamos lá para o canal da Sólides Tangerino sobre o assunto:
Agora, vamos entender o que acontece com as empresas que precisam dividir a jornada de 44 horas em somente cinco dias.
Como fica a jornada de empresa sem trabalho aos sábados?
Ao dividir as 44 horas semanais em cinco dias, os colaboradores têm jornadas de trabalho diárias de oito horas e 48 minutos. O que acontece é que algumas empresas escolhem pagar o mesmo valor por hora por esses 48 minutos e isso é ilegal.
Antes, neste texto, citamos o artigo 58 da CLT que fala que o trabalho “não excederá de 8 (oito) horas diárias” e a CF que fala em seu artigo 7o que a “duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias”.
Dessa forma, qualquer empresa que exige que seus colaboradores fiquem mais de 8 horas por dia, devem pagar o tempo excedente como horas extras, ou seja, com acréscimo de 50%.
Isso fica ainda mais complexo durante o pagamento dos direitos do trabalhador. Por serem regulares, essas horas extras devem entrar na conta de férias e décimo terceiro, por exemplo.
Assim, o não pagamento desses valores que são garantidos por lei podem resultar em um processo trabalhista ou ainda uma rescisão indireta, quando o colaborador dá uma justa causa na empresa.
A diferença entre jornada de trabalho e escala de trabalho
Ambos os conceitos se completam, já que a jornada de trabalho determina o tempo diário dedicado ao ofício, enquanto a escala nada mais é que a distribuição dessas horas durante a semana.
Por exemplo, a escala 6×1 determina que as 44 horas são distribuídas de segunda a sábado; já a escala 5×2 diz que há 5 dias de serviço e dois de descanso, ou seja, vai de segunda a sexta.
Para compreender mais sobre as escalas de trabalho, recomendamos a leitura deste artigo:
Horas extras e o banco de horas nas 44 horas semanais
É importante compreender como funcionam as horas extras e banco de horas, especialmente para aquelas empresas que optam pela jornada de 44 horas semanais com escala 5×2.
No Brasil é possível realizar até 2 horas extras por dia, totalizando 10 horas de trabalho, assim, veja como fica nesses dois cenários.
Pagamento pelas horas extras
Nessa situação a empresa deverá pagar 50% a mais pelo valor da hora regular de trabalho. Contudo, é importante estar atento, pois um excesso de horas extras pode implicar em uma baixa qualidade de vida no trabalho para os colaboradores.
Banco de horas
O banco de horas pode ser uma solução para empresas que não querem onerar a folha de pagamento com as horas extras.
Assim, é possível que o tempo trabalhado a mais seja compensado em um outro momento, contudo, sempre seguindo a regra de que o valor da hora é 50% maior.
Ou seja, para cada uma hora extra trabalhada, o colaborador tem direito de descontar uma hora e meia.
Lembrando que a compensação do banco de horas pode ser feita em até no máximo seis meses.
Agora, a dúvida é: qual deles é melhor para a sua empresa? Para descobrir, é só apertar o play:
Quais outras dúvidas sobre 44 horas semanais existem?
Confira agora as respostas para as principais dúvidas a respeito da jornada de trabalho de 44 horas semanais.
Trabalhar a jornada de trabalho de 44 horas implica que esse tempo é dividido durante os dias de trabalho. Normalmente implementada em uma escala 6×1, implica que o trabalhador trabalhe por oito horas de segunda a sexta e por mais quatro horas durante os sábados.
44 horas de trabalho semanais resulta em uma jornada diária de oito horas por dia das segundas as sextas e de quatro horas no sábado com um dia de descanso, o domingo.
Isso varia de acordo com a empresa e seu nicho de atuação. É importante avaliar questões como convenções coletivas da categoria, possibilidade de realizar acordos individuais etc.
Contudo, no caso de os custos com horas extras impactarem o financeiro da empresa de forma significativa, o banco de horas pode ser a melhor solução.
Próximo passo
Neste artigo você entendeu mais sobre como funciona a relação trabalhista para as empresas que adotam a jornada de trabalho de 44 horas semanais.
Existem algumas preocupações que devem ser levadas em consideração, especialmente para empresas que querem implementar essa jornada em uma escala de 5×2, resultando no pagamento de horas extras recorrentes.
Assim, é importante compreender as limitações legais dessa exigência e realizar o pagamento apropriado aos colaboradores, evitando problemas trabalhistas. Entenda mais sobre a escala 5×2 e não passe sufoco com seus colaboradores.
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