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Já imaginou como é desestimulante trabalhar em uma empresa que não se preocupa com a capacitação interna?

Seja por resistência da gestão em fazer esse tipo de ação ou mesmo por ela não estar presente na cultura, vários negócios deixam o aperfeiçoamento profissional dos seus colaboradores de lado.

E nem precisamos falar que esse isso é um erro, não é mesmo?

O preparo do colaborador para desenvolver suas tarefas diárias e lidar com os clientes de maneira efetiva é extremamente importante!

Isso vai muito além daquele primeiro treinamento feito logo após a contratação.

O desenvolvimento profissional deve ser contínuo e fomentado pela empresa. É sobre isso que vamos discutir hoje aqui no blog. Aproveite este conteúdo criado com bastante carinho e boa leitura!

Neste artigo abordaremos os seguintes tópicos:

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Primeiramente, o que é capacitação interna

Primeiramente, o que é capacitação interna

Para garantir que todos entendam sobre o que estamos falando, é importante estabelecer de imediato os conceitos que desenvolvemos aqui.

A capacitação interna é uma ação (ou conjunto de ações) promovida pela própria empresa com o objetivo de fornecer um ambiente de desenvolvimento profissional constante.

Aqui a empresa fornece as ferramentas e todo o conhecimento necessário para que o colaborador tenha sucesso nessa empreitada.

Existem diversos motivos para que uma empresa invista nessa abordagem e certamente vários deles envolvem colher melhores resultados.

Outro ponto importante dessa técnica é que ela elimina em parte a necessidade de procurar por colaboradores completamente formados ou que se encaixem perfeitamente na função.

Olhando a capacitação interna por outro ângulo, ela muda totalmente a forma como o recrutamento ocorre. 

O paradigma sai das habilidades altamente técnicas e insere-se em encontrar indivíduos com soft skills desenvolvidas.

No link acima, falamos a fundo o que são soft skills, mas vamos deixar a definição aqui: tratam-se de habilidades básicas relacionadas à inteligência emocional como resiliência, empatia, colaboração e comunicação efetiva.

Nesse sentido, é fácil ver como a empresa se beneficia desse tipo de promoção ao desenvolvimento profissional, uma vez que os talentos não são adquiridos, mas, sim, criados dentro da empresa.

Contudo, ainda existem alguns conceitos que precisamos confrontar para garantir um entendimento completo sobre esse assunto.

Não deixe de conferir também estes conteúdos:
? Qual a importância da comunicação clara para as empresas?
? Técnicas de motivação: conseguindo os melhores resultados de sua equipe
? Reintegração de funcionário: como lidar com essa situação?
? Relação de trabalho: entendendo os principais tipos

Capacitação interna versus capacitação externa

Já deixamos claro neste texto que capacitação interna é algo completamente promovido pela empresa, seja em questão de recursos investidos ou (em alguns casos) até mesmo na seleção dos assuntos que serão trabalhados.

Em uma empresa que não tem uma cultura de melhoramento profissional bem estabelecida, a capacitação interna é, muitas vezes, vista com olhos desconfiados.

Muitos colaboradores entendem essa situação como diversos treinamentos obrigatórios que nem sempre têm impacto no desempenho e nem retorno financeiro. Em outras palavras, uma completa perda de tempo.

Essa reação revela também um problema na gestão da capacitação interna, uma vez que ela deve ser baseada na própria vontade da equipe de desenvolver determinadas habilidades.

Esse é um caso muito comum quando as determinações são unilaterais, não consultando os colaboradores a fim de entender seus anseios e encontrar um meio-termo.

Quando há essa intenção de aprimoramento profissional, o outro lado da moeda também aparece: a capacitação externa.

Nesse segundo caso, o próprio colaborador procura por conhecimento fora da empresa e com recursos próprios.

Ou seja, essa ação vem de uma motivação própria e não de uma necessidade da empresa em que o indivíduo trabalha.

A importância da capacitação profissional 

A importância da capacitação profissional

Uma das grandes dificuldades do dia a dia da empresa é ter talentos capazes de lidar com os “amplos mercados, informação empresarial instantânea e competitividade globalizada”, como diz Martins et al em seu artigo sobre capacitação interna, publicado pela revista da Unisal.

Todas essas expectativas fizeram com que os negócios tivessem que ser inventivos em relação à forma com que lidavam com seus colaboradores. Aqui também tem uma ajudinha do modelo de gestão People First.

Enquanto antes o objetivo era contratar um funcionário com todos os talentos esperados diretamente do mercado, hoje, essas habilidades podem ser fomentadas no próprio ambiente empresarial.

E, claro, tudo isso só é possível por meio de programas de capacitação profissional. É nesse ambiente que surgem as empresas educadoras e a educação corporativa. 

Esse modelo de gestão de capacitação permite que os funcionários estejam sempre se renovando e aprendendo as práticas mais novas de mercado.

Afinal, estamos vivendo em um mundo extremamente acelerado e não é nada viável (ou humano) renovar o quadro de colaboradores toda vez que os paradigmas do mercado mudam.

Mas os benefícios de adotar essa abordagem vão muito além da simples comodidade de fazer tudo “em casa”. E todos os envolvidos (empresa e colaborador) podem usufruir dessa visão.

Os 8 benefícios de investir na capacitação interna

A capacitação interna é mais que uma visão ou uma forma de operar. Ela está se popularizando cada vez mais, porque traz reais benefícios tanto para as corporações quanto para os seus funcionários.

Abaixo separamos algumas dessas vantagens. Acompanhe!

As vantagens para a empresa

As vantagens para a empresa

1. Diminui a rotatividade nas organizações

Também conhecida como taxa de turnover, a rotatividade de funcionários é um sério problema nas empresas por inúmeros motivos, dentre eles:

  • sobrecarga de trabalho sobre alguns poucos funcionários;
  • queda de produtividade da empresa;
  • gasto com novas contratações e suas exigências;
  • perda de credibilidade com parceiros e clientes;
  • má reputação da empresa, que passa a ser evitada por talentos disponíveis no mercado.

Esse são somente alguns dos problemas que uma alta rotatividade de funcionários pode trazer para a sua empresa. 

Tendo tudo isso em mente, você concorda conosco sobre a importância ter algumas políticas que estimulem a retenção desses funcionários?

Bem, é justamente aqui que entra um programa interno relativo ao treinamento dos profissionais. 

Esse tipo de visão não só prepara os funcionários para desempenhar melhor as próprias funções como também faz com que se sintam valorizados.

Valorização leva à motivação, e esse sentimento, de uns tempos para cá, tem levado o funcionário a pensar duas vezes antes de abandonar o barco. 

Uma instituição que deseja e estimula o crescimento intelectual e profissional de seus colaboradores está na vanguarda do que significa ser uma empresa moderna e humana.

2. Permite encontrar talentos dentro da própria empresa

Talentos não são inerentes aos indivíduos, eles são desenvolvidos por meio de dedicação e interesse próprio.

Sendo assim, nada impede que a empresa possa encontrar um talento para o setor de RH dentro do departamento financeiro.

Ou, ainda, que aquele colaborador que consegue escrever textos sensíveis para comunicar-se com os clientes esteja preso à equipe de vendas.

Aqui, em vez de procurar profissionais que já entendem sobre um determinado assunto, esse conhecimento está sendo cultivado dentro da empresa.

Isso ainda pode apresentar vantagens mais específicas para o negócio, uma vez que esse profissional já está inserido no nicho da empresa.

Ele já tem um conhecimento aprofundado sobre as soluções que a organização proporciona e quem são os seus clientes.

Essas características atribuídas a um profissional são bastante valiosas e não podem ser subestimadas.

3. Aumenta a produtividade e qualidade do serviço

A lógica é simples: profissionais mais bem treinados tendem a executar suas tarefas com maior eficiência e erram menos.

A consistência do trabalho e a melhora na comunicação interna também são outros benefícios que estão ligados ao aumento da produtividade.

Um programa de treinamentos bem planejado empodera os funcionários a tomar as rédias da situação e solucionar os problemas de forma autônoma e criativa.

Dessa forma, a empresa entregará um serviço com maior qualidade aos seus clientes, melhorando também o seu nível de satisfação.

4. Diminui os custos

Se você quer vender a ideia da capacitação interna para o seu gestor, pode utilizar um argumento que vai direto em uma de suas principais dores: os treinamentos ajudam a diminuir os custos!

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Isso acontece por conta de uma série de motivos que acabam se somando e formando uma bola de neve.

Os funcionários são mais eficientes em suas rotinas de trabalho, sendo mais produtivos e errando menos

Um programa bem desenvolvido também tende a diminuir a rotatividade de funcionários, retendo mais talentos ao longo do tempo.

5. Empresa mais competitiva

Uma empresa é tão boa quanto a sua equipe, essa é uma máxima do mundo dos negócios, não há para onde correr.

Ao contar com um time extremamente capacitado, certamente o negócio tende a se diferenciar dos seus concorrentes e ganhar mais mercado e maior competitividade.

Esse é o cenário dos sonhos de qualquer gestor e pode ser alcançado através da capacitação interna.

As vantagens para o colaborador

As vantagens para o colaborador

6. Motiva o trabalhador

A motivação do trabalhador é algo que serve tanto para a empresa quanto para o indivíduo. Sob o ponto de vista deste último, é um grande diferencial para a sua rotina.

Muitas vezes o local de trabalho é tido como um ambiente desestimulante, e esse estigma é uma ideia muito mais comum do que ver a empresa como um local estimulante, divertido e desafiador.

Isso se dá porque a grande maioria das pessoas realmente não trabalha em empresas que se preocupam em desenvolver esse tipo de clima organizacional.

Por outro lado, ao estar inserido em um ambiente recompensador e estimulante, as pessoas tendem a se sentir motivadas, animadas e até mesmo felizes!

Tudo isso faz muita diferença na vida do indivíduo e na sua relação com a organização que o emprega.

7. Melhoria do ambiente de trabalho

Trabalhar em um ambiente mais agradável é certamente uma das principais vantagens que a capacitação interna oferecer para os funcionários.

O ambiente se torna mais dinâmico, as pessoas tendem a respeitar mais umas às outras, novas ideias surgem o tempo inteiro etc.

Tudo isso resulta em um clima organizacional muito mais agradável e positivo para todos. Claro, isso, por si só, já traz uma infinidade de outras vantagens!

8. Desenvolvimento profissional

Esse certamente é um dos melhores benefícios para os colaboradores, afinal, quem não deseja evoluir profissionalmente, certo? 

No fim das contas, o desenvolvimento profissional é o principal valor que um programa de capacitação interna vai proporcionar aos funcionários.

Apesar disso, nem sempre eles terão essa visão frente ao programa. Como falamos anteriormente, isso não pode ser feito de forma unilateral. 

É importante envolver todos os interessados no desenvolvimento de um programa tão importante quanto esse.

Como desenvolver um programa de capacitação interna

Como desenvolver um programa de capacitação interna

Agora que você já está familiarizado com a teoria, vamos falar também sobre como pôr as mãos na massa e tirar o projeto de capacitação e treinamento de pessoas do papel.

Já precisamos ressaltar que essa não é uma tarefa simples e o processo não será implementado de forma eficiente do dia para a noite

Ter isso em mente evita frustrações nessa fase e também ajuda a determinar os melhores indicadores para acompanhar, através de métricas, o sucesso da empreitada.

Aproveite e também se aprofunde mais no uso de tecnologias dentro do RH, recomendamos muito o nosso texto sobre RH 3.0 para essa finalidade.

As fases da implementação de um programa de treinamento

Para facilitar a idealização e implementação, dividimos o processo em quatro etapas, essas são:

  • fase 1: identificar as necessidades de capacitação;
  • fase 2: elaborar o plano de capacitação;
  • fase 3: executar a capacitação;
  • fase 4: avaliar os resultados da capacitação.

Vamos explorar mais a fundo cada uma dessas fases a seguir. Confira!

Fase 1: identificando as necessidades de capacitação

Existem diversas metodologias para identificar os problemas de uma empresa, e cada negócio terá um modelo mais eficiente.

Isso porque algumas corporações terão seus problemas focados nas pessoas, outras nos processos e algumas até precisam de novos equipamentos.

Mas, independentemente da fonte dos problemas, é importante conseguir identificá-los para, então, entender o que pode ser corrigido a partir dos treinamentos.

Algumas metodologias que podem ajudar nesse momento são:

  • observação da rotina dos funcionários;
  • realização de avaliações de desempenho;
  • entrevista com os colaboradores;
  • solicitação de feedbacks;
  • avaliação dos processos;
  • solicitação de relatórios com indicadores de desempenho.

Problemas que podem ser encontrados na linha de produção:

  • alto índice de erros e retrabalhos;
  • baixa produtividade devido a processos ineficientes;
  • distribuição de recursos ineficiente.

Problemas que podem ocorrer com os colaboradores:

  • baixa cooperação;
  • clima organizacional negativo;
  • dificuldade nas relações interpessoais;
  • problemas de comunicação;
  • acidentes de trabalho.

Ao identificar esses problemas, é possível traçar um plano para resolvê-los. Você também notará que alguns deles não estão diretamente relacionados ao treinamento de pessoal.

Fase 2: criando um plano de ação

Agora que você já sabe o que precisa ser endereçado pelo programa de capacitação interna, está na hora de pensar na estratégia.

Para isso, é necessário ter em mente algumas questões:

  • quem deve participar do programa?
  • Qual conteúdo deve ser abordado?
  • Qual o melhor período para a capacitação?
  • A melhor abordagem é mesmo através da capacitação interna?
  • Quem conduzirá a capacitação?

Além disso, existem algumas questões que são bastante relevantes como: a forma de abordar será através de aulas expositivas, seminários envolvendo os próprios colaboradores ou mesmo com um rodízio de funções?

É importante que o plano de ação seja executado o quanto antes para que as necessidades da empresa não mudem nesse meio tempo.

Os planos de capacitação podem ter os seguintes escopos:

  • treinamento de novos colaboradores;
  • capacitação técnica para execução de tarefas;
  • aperfeiçoamento para toda a empresa;
  • desenvolvimento para preparar o funcionário para funções mais complexas.

Fase 3: executando a capacitação

Essa etapa é quando a capacitação toma forma e os colaboradores podem aprender novas habilidades.

Ao responder todas as questões das quais falamos na fase 1, você conseguirá determinar qual o melhor local e metodologia para realizar o treinamento.

Lembrando que não existe uma fórmula de executar a capacitação e é interessante que os próprios colaboradores sejam consultados a respeito das suas próprias preferências de didática.

Fase 4: avaliação dos resultados da capacitação

Se você leu (ou vai ler) o nosso texto sobre RH 3.0 que recomendamos acima, certamente já entende que não adianta planejar e executar ações sem medir os seus resultados.

Sendo assim, é importante, no momento do planejamento, identificar os possíveis resultados a serem analisados.

Alguns desses indicadores podem ser:

  • como os colaboradores reagiram ao programa de capacitação;
  • qual o nível de aproveitamento do curso (avaliação de aprendizagem);
  • qual a mudança de comportamento que a capacitação provocou.

Além da avaliação de indicadores ligados aos funcionários, também é possível avaliar como esse projeto melhorou as métricas da empresa através das seguintes questões:

  • houve redução de custos?
  • Houve aumento de produtividade?
  • Os colaboradores apresentaram uma melhora no desempenho?

Os principais desafios da capacitação interna

Os principais desafios da capacitação interna

Como nem tudo são flores, também é importante estar ciente das principais pedras que você encontrará no caminho ao tirar esse projeto do papel. 

Uma das primeiras questões é envolver todos os colaboradores que estiverem interessados

Especialmente nas empresas em que não se tem a cultura do desenvolvimento profissional constante, fazer com que os colaboradores fiquem animados com a perspectiva da sala de aula não será simples.

Determinar qual a melhor metodologia de aprendizado para dezenas de pessoas também será um desafio e tanto. Sendo assim, se prepare para várias sessões de feedback.

Realizar a análise dos dados em empresas que ainda não fizeram a virada para o mundo digital será um gargalo gigantesco e que pode até inviabilizar a última etapa.

Utilizar sistemas de gestão e sair das tabelas impressas pode ser um ótimo começo para melhorar a produtividade da empresa e esse gargalo pode, inclusive, ser identificado na primeira fase.

Conclusão

O treinamento de equipes precisa ser pensado como um programa de educação continuada na sua empresa, sempre trazendo novidades que podem incrementar o conhecimento do time e melhorar sua performance na atração de novos clientes.

Oferecer programas de capacitação interna para os profissionais da empresa é fundamental para que a equipe adquira confiança e passe a executar as tarefas do dia a dia com segurança e competência.

Os gestores não devem hesitar em investir no treinamento e desenvolvimento de pessoas, pois a sua aplicação se transformará em vantagem competitivas.

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