Se tem algo que impacta a vida das pessoas de alguma forma é a questão financeira. Quando ela está em desequilíbrio, pode refletir em várias outras áreas, inclusive na profissional.
Em cenários de crise, como o que estamos vivendo mundialmente, a situação é ainda mais complicada quando não se tem educação financeira.
A questão é tão complexa que merece ser avaliada e discutida não só na esfera pessoal, mas também dentro das empresas.
Neste post, vamos abordar a importância da educação financeira, como ela reflete no comportamento organizacional e impacta a produtividade. Ainda, vamos mostrar como motivar os trabalhadores a se desenvolverem nesse sentido. Não perca a leitura!
Neste artigo vamos tratar dos seguintes assuntos:
- O que é educação financeira?
- Por que é preciso desenvolver essa habilidade?
- Quais são os principais problemas enfrentados pelas empresas?
- Por que investir na educação financeira empresarial?
- Como a educação financeira pode melhorar os processos internos?
- Como motivar os funcionários a se educarem financeiramente?
- 12 dicas para contribuir com a educação financeira dos colaboradores
Afinal, o que é educação financeira?
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) define o conceito de educação financeira como:
“o processo pelo qual consumidores e investidores financeiros aprimoram sua compreensão sobre produtos, conceitos e riscos financeiros e, por meio de informação, instrução e/ou aconselhamento objetivo, desenvolvem as habilidades e a confiança para se tornarem mais conscientes de riscos e oportunidades financeiras, a fazer escolhas informadas, a saber onde buscar ajuda, e a tomar outras medidas efetivas para melhorar seu bem-estar financeiro”.
Em outras palavras, a educação financeira é a capacidade de gerir a própria vida financeira com o objetivo de viver bem, no presente e no futuro, com segurança para lidar com imprevistos e saber como utilizar o dinheiro de forma consciente.
Já parou para pensar se é você quem controla o seu dinheiro ou se é ele quem te controla? Se a sua resposta foi a primeira opção, possivelmente você já entende a importância da educação financeira.
Porém, nem todos têm essa habilidade e sabem administrar seus recursos de maneira correta e eficiente.
No entanto, essa é uma aptidão que qualquer pessoa pode desenvolver em qualquer estágio da vida, mas o ideal é que isso seja ensinado ainda na infância.
Tanto as escolas quanto as famílias devem priorizar a educação financeira de crianças e jovens para que se tornem adultos mais conscientes, responsáveis e realizados.
Veremos adiante que ter inteligência emocional é um dos principais requisitos para desenvolver uma boa educação financeira.
Os desafios são diversos ao longo de toda a vida, mas saber como lidar com eles é primordial para uma boa saúde mental e financeira. E a empresa pode ser uma facilitadora nesse processo, como veremos a seguir.
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Por que é preciso desenvolver essa habilidade?
Os motivos são muitos, mas vamos começar pelo aspecto econômico-social. O percentual de famílias endividadas no Brasil atingiu a marca de 67% nos últimos meses, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Embora isso também seja reflexo da pandemia causada pela Covid-19, os números já não eram positivos antes dela.
Como anda a vida financeira na pandemia
Nos últimos meses temos vivido uma grave crise sanitária por todo o mundo, e a maioria das pessoas tem sido impactada de alguma forma, seja positiva ou negativamente, e esse último é o mais comum.
Algumas empresas conseguiram ampliar as oportunidades de atuação, aumentaram o volume de produção e isso resultou em melhorias para o negócio.
Porém, esse está sendo um privilégio para poucos segmentos; grande parte ainda sofre com as mudanças bruscas e luta para se manter em pé e encontrar alternativas para se adaptar à nova realidade.
Muitas organizações, inclusive, tiveram de demitir colaboradores e, nos casos mais graves, fechar seus negócios.
É inegável que o momento atual tem atingido, com mais ou menos intensidade, todos os segmentos e um dos principais impactos é o financeiro.
Essa mudança vem sendo percebida não só pelas empresas, mas principalmente pela população, que é formada por pessoas que atuam nessas organizações.
São reflexos diretos desse cenário: demissões, incertezas de continuidade no emprego, diminuição de salários, mudanças de horários e de formato de trabalho, desligamento de familiares de suas empresas e a consequente queda da renda familiar mensal.
Tudo isso mexe com a vida econômica e com o comportamento dos indivíduos. Em momentos assim, ter o mínimo de conhecimento em educação financeira faz toda a diferença para conseguir equilibrar as contas em um cenário de incertezas.
Do ponto de vista da organização, as companhias que conseguem manter seu quadro de pessoal também precisam lidar com o reflexo disso no dia a dia da organização.
Além disso, também precisam enfrentar todo o impacto no fluxo de clientes, que cancelam contratos ou deixam de pagar os serviços nessas ocasiões.
Problemas financeiros e saúde mental
Os colaboradores que enfrentam problemas financeiros costumam trabalhar mais ansiosos, desenvolver doenças como depressão, crise de pânico, fobia social, esgotamento físico e mental como o burnout e outras.
Isso resulta em baixa produtividade, trabalho sem qualidade e resultados negativos para a empresa.
Por esses motivos, é essencial ter inteligência financeira para superar adversidades como essas, pois o momento é bastante desafiador.
Além de ajudar a enfrentar crises, ser inteligente emocionalmente oferece vários benefícios para as pessoas em todas as áreas da vida, como:
- mais clareza para identificar as prioridades financeiras;
- melhor capacidade para tomar decisões;
- mais determinação para realizar projetos pessoais e profissionais;
- mais autonomia para alcançar a independência financeira;
- melhoria da capacidade analítica para resolver problemas que envolvem dinheiro;
- menos chances de endividamento;
- mais qualidade de vida.
Quais são os principais problemas enfrentados pelas empresas?
Embora as questões financeiras dos funcionários estejam no âmbito pessoal, é fácil para a empresa perceber o grau de endividamento do seu quadro de funcionários.
É possível entender a realidade dos profissionais quando observamos alguns comportamentos e atitudes recorrentes vindos de um alto número de pessoas.
A seguir, vamos descrever alguns aspectos que podem indicar possíveis problemas na vida financeira do seu pessoal. Acompanhe!
Alta taxa de rotatividade
Muitos colaboradores pedem demissão por estarem atolados em dívidas. Com o dinheiro do acerto, eles podem pagam suas contas. Isso explicaria um alto índice de turnover, por exemplo.
O endividamento pode ser um sintoma do alto número de pedidos de demissão. É por isso que o RH precisa ficar de olho na rotatividade da empresa para identificar os motivos e propor soluções.
Muitos pedidos de aumento e de adiantamento
Pedir aumento é uma questão bastante particular e, em muitos casos, é justo que o trabalhador seja melhor remunerado por sua atuação na empresa.
Acontece que, muitas vezes, essa também pode ser uma saída para quem não encontra outra solução para pagar as dívidas.
Ainda mais comum é o pedido de adiantamento. Imprevistos acontecem, e se a empresa concede esse benefício ao trabalhador, certamente está oferecendo um recurso extra em situações de emergência.
O problema é quando as mesmas pessoas pedem a ajuda com frequência. Esse é outro sinal de que algo não vai bem.
O pagamento das férias também costuma ser uma válvula de escape para trabalhadores pagarem suas dívidas. Aqui, podemos citar dois cenários: o primeiro é a venda de parte do período de férias para ganhar em dinheiro.
Essa venda das férias é chamada de abono pecuniário. Nesse caso, muitas vezes, o profissional já está esgotado emocionalmente e não consegue tirar a folga para descansar.
E, como precisa de dinheiro, o colaborador permanece exercendo suas atividades na empresa enquanto poderia priorizar o seu bem-estar longe dali, ao respirar outros ares.
A segunda situação é quando o funcionário endividado tira as férias e utiliza todo o dinheiro para pagar contas.
Mesmo não estando trabalhando, possivelmente, o profissional não aproveitará o momento da mesma forma como se estivesse viajando e se distraindo, por exemplo.
Baixa produtividade
Pessoas endividadas ou com outros problemas financeiros ficam procurando alternativas para resolverem a situação, e isso mexe bastante com o emocional.
Nesse momento, é difícil concentrar-se nas atividades, pois os problemas tomam conta do pensamento e isso reflete diretamente no desempenho do profissional, que passa a produzir menos.
Aumento do absenteísmo e presenteísmo
Quando está enfrentando dificuldades desse tipo, é comum que a pessoa tenha de se ausentar mais vezes para ir ao banco procurar alternativas de crédito ou resolver pendências financeiras durante o expediente.
Esse pode ser um dos indícios de altas taxas de absenteísmo na sua empresa, por exemplo.
A falta do colaborador também é percebida mesmo quando ele está na empresa, você sabia?
Devido ao fato de essa pessoa estar com problemas e não conseguir se concentrar nas tarefas, é como se ela não estivesse ali.
A baixa produtividade nesse caso é tão impactante que é semelhante à ausência do colaborador na organização.
Esse fenômeno recebe o nome de presenteísmo, que é quando o colaborador está de corpo presente, mas com a cabeça em outro lugar.
Esse é um dos sintomas de um problema delicado nas empresas que também reflete diretamente na produtividade.
Mais tempo no trânsito
Você pode ter lido esse tópico e pensado “o que isso tem a ver?”, certo? Acredite, isso tem tudo a ver com a realidade financeira do profissional.
Pessoas que não têm uma boa educação financeira tendem a gastar mais e, com isso, perder o equilíbrio em seu orçamento.
Então, quando o dinheiro está sendo mal administrado, para conseguir se organizar novamente, essa pessoa busca alternativas de moradia mais baratas, que ficam mais distantes dos grandes centros e, muitas vezes, das empresas também.
Isso resulta em mais tempo no trânsito e, consequentemente, mais estresse para o colaborador.
Por que investir na educação financeira empresarial?
Anteriormente, falamos sobre a importância de adquirir esse tipo de educação desde cedo. A boa notícia é que, de modo geral, essa é uma iniciativa que está perto de se concretizar.
Em muitas escolas, o ensino está sendo reformulado para que seja inserida a educação financeira na grade curricular das crianças.
Porém, muitos jovens e adultos não tiveram acesso a esse tipo de conhecimento e se tornaram pessoas que não conseguem lidar bem com o dinheiro.
O assunto tem se tornado tão importante e discutido pela sociedade que também vem chamando atenção das organizações.
Assuntos como a correta utilização do cartão de crédito, a real necessidade de fazer empréstimos, a atenção aos juros de parcelamentos, o uso do cheque especial, onde e como investir para o futuro e quais investimentos apresentam melhor rentabilidade não eram discutidos pelas empresas até poucos anos.
É neste momento que a educação financeira empresarial pode fazer uma grande diferença na vida dos trabalhadores.
As organizações também têm um papel social na construção de uma sociedade mais consciente financeiramente e mais responsável por suas ações.
Falha na educação financeira dos funcionários
A saúde financeira dos funcionários traz vantagens para as empresas, e muitas falham em não dar a devida atenção — vamos falar sobre isso adiante.
A maioria dos treinamentos é voltada para a capacitação técnica em funções específicas ou de desenvolvimento profissional, e pouca importância é dada para a educação financeira pessoal.
Porém, o mercado tem demandado das empresas uma gestão muito mais humana, com foco nas relações com seus funcionários.
Isso inclui o aprimoramento pessoal, a busca pela inteligência financeira e pela inteligência emocional — fator determinante para aprender a dominar todas essas áreas.
Como a educação financeira pode melhorar os processos internos?
A empresa tem muito a ganhar ao investir na educação financeira dos colaboradores. Funcionários mais equilibrados financeiramente executam seu trabalho com mais foco, motivação e tranquilidade, e isso reflete no clima organizacional de maneira geral.
Além disso, quando os funcionários são educados nesse sentido, eles têm mais clareza para identificar a realidade financeira da empresa naquele momento.
Isso os ajuda a entender como o seu trabalho pode contribuir para resultados melhores em relação aos gastos internos, à conquista de novos clientes, ao desperdício de insumos, entre outros.
Exemplo disso é quando os trabalhadores utilizam os recursos da empresa com consciência e sabedoria, mesmo que esse custo não seja deles.
Afinal, eles entendem que tanto os bens pessoais quanto os da empresa devem ser administrados com inteligência.
Ao perceber o que se passa na empresa, os profissionais são capazes de identificar situações comuns como o melhor momento para pedir um aumento e se haverá realmente esse momento.
Assim, frustrações são evitadas. Além disso, o funcionário nota se existe ou não oportunidade para ganhar mais por meio do seu desempenho e de que forma isso pode ser feito.
Como motivar os funcionários a se educarem financeiramente?
Estudar bastante sobre o assunto e discutir isso com os colaboradores é uma ótima forma de estimulá-los a pensar mais no aspecto financeiro de suas vidas.
É preciso que a abordagem seja feita com o objetivo de eles entenderem como podem alcançar suas metas financeiras. Assim, a conversa será mais leve e intimista.
Para isso, com a ajuda do setor de RH, a empresa deve identificar qual é o seu público interno para determinar o tipo mais efetivo de abordagem.
Por exemplo, se a companhia é formada por pessoas com alto grau de instrução e de classe social mais elevada, provavelmente dicas de como poupar todos os meses podem não ser necessárias.
Cargos mais executivos ou que exijam grande preparação do candidato requerem profissionais que, possivelmente, já tiveram esse tipo de educação, seja na família, em boas escolas ou pela cultura em que eles estão inseridos.
Para esses, falar sobre investimentos e rentabilidades para o futuro pode ser uma boa opção.
Já para profissionais de classes sociais mais baixas, as chances de essas pessoas terem acesso à educação financeira é menor, e a abordagem deve ser diferente do caso acima.
Para esse perfil de colaboradores, pode-se investir em orientação sobre prevenção às dívidas, como poupar parte do salário e o uso consciente de linhas de crédito.
Por isso, é preciso mapear o grau de escolaridade dos colaboradores, a quais classes sociais eles pertencem, em sua maioria, e qual é a realidade de vida em comum na sua empresa.
A partir daí, será possível elaborar programas de educação financeira realmente focados em contribuir com a mudança de mentalidade dos trabalhadores.
12 dicas para contribuir com a educação financeira dos colaboradores
Após entender qual é o seu público interno e quais são as reais necessidades dos colaboradores, confira abaixo as sugestões que selecionamos e que podem ser implementadas por você e na sua empresa.
1. Ter um planejamento
Discriminar receitas e despesas é o primeiro passo para se organizar financeiramente, e isso pode ser feito de forma digital ou manual.
Como a gestão de uma planilha é algo pessoal, é interessante que a empresa crie um modelo padrão e disponibilize aos colaboradores como um incentivo para se planejarem nesse sentido.
Nessa planilha, devem ser anotados todos os gastos e todas as receitas recebidas como salários, remunerações extras e benefícios.
O ideal é gastar até 30% do salário com despesas. O restante pode ser dividido entre: deixar uma parte na conta para emergências e a outra parte pode ser aplicada em investimentos de acordo com cada perfil.
2. Montar a reserva de emergência é a prioridade
Após definidos os planos financeiros, os colaboradores devem entender que é preciso ter uma reserva financeira para emergências.
3. Incentivar a começar o quanto antes
Muitas pessoas se dão conta da importância da educação financeira tardiamente, mas esse não é necessariamente um problema.
O entendimento mais importante aqui é que quanto mais cedo começar, melhor será para conquistar a saúde financeira.
É comum encontrar pessoas que dizem não saber administrar o dinheiro e que acham que nunca vão aprender, mas, definitivamente, não é assim.
O conhecimento não será absorvido e aplicado de uma hora para outra, principalmente para quem tem péssimos hábitos financeiros.
Porém, é importante entender que é possível e que pequenas ações devem ser tomadas o quanto antes, já que o processo que leva tempo.
4. Criar programas de recompensas financeiras
Nesse sentido, uma boa estratégia por parte da empresa é oferecer benefícios e premiações que envolvam dinheiro como incentivo.
Assim, as chances de os profissionais trabalharem mais engajados e comprometidos em cumprir a meta e ganhar mais dinheiro é maior.
As premiações devem ser avaliadas de acordo com o perfil de cada empresa e do tipo de negócio. Pequenas ações, como a implantação de um plano de carreira, já podem surtir um efeito positivo.
Se a organização atua com vendas, além da comissão de praxe dos vendedores, avalie a possibilidade de oferecer uma renda extra quando a meta for superada em 30%, por exemplo.
Já se for uma indústria ou uma multinacional, uma boa medida é investir na PLR, que é a participação dos empregados nos lucros e resultados da companhia.
Esse benefício, inclusive, é muito valorizado principalmente por profissionais de alta performance e é um diferencial competitivo para atrair talentos.
5. Mudar hábitos ruins de consumo
É muito comum as pessoas comprarem por impulso e sem o mínimo planejamento ou ainda gastarem o salário quase inteiro em produtos supérfluos por pura vaidade.
A educação financeira começa em ter consciência para tomar as melhores decisões em momentos como esses, que envolvem a emoção das pessoas.
Com metas definidas e a partir de um planejamento estruturado, os colaboradores ganham mais equilíbrio financeiro.
Com isso, passam a ser mais vigilantes em relação aos gastos por impulso ou por vaidade, fatores que, na maioria dos casos, também levam ao endividamento.
6. Pensar na independência para o futuro
O modelo de aposentadoria atual no Brasil requer ainda mais inteligência e independência financeira para ter um futuro tranquilo.
Isso quer dizer que quanto mais financeiramente educada for uma pessoa, mais chances ela terá de fazer escolhas certas para acumular e usufruir do dinheiro no futuro, sem depender da ajuda do governo.
7. Utilizar ferramentas práticas de gestão financeira
Atualmente existem vários apps que ajudam a gerir as finanças de forma fácil e prática, muitas vezes, integrados às contas bancárias para automatizar o processo para os clientes.
Vale a pena investir nessas plataformas, pois elas oferecem um panorama bastante inteligente de como o dinheiro está sendo administrado.
8. Promover ações de endomarketing com foco em finanças
As atividades voltadas para promover a educação financeira na empresa não precisam ser palestras monótonas e cansativas.
É possível pensar em estratégias de endomarketing que estimulem os colaboradores a pensarem a relação com o dinheiro de forma diferente.
Podem ser por meio de campanhas, dinâmicas, treinamentos e outras formas de interação.
9. Adotar uma comunicação transparente a respeito do assunto
Para muitas pessoas, discutir sobre dinheiro ainda é um tabu e existe preconceito para falar em dívidas, poupar dinheiro e até mesmo do quanto se ganha.
Esse comportamento faz parte da cultura do nosso país. Sem saber, há muitas pessoas que têm receio de falar de dinheiro, o que chamamos de dinheirofobia.
Para ajudar a desmitificar esse assunto, adote uma comunicação mais aberta sobre o dinheiro.
Isso ajuda a discutir sobre os conceitos preestabelecidos, incentivar as pessoas a falarem abertamente sobre o tema, trocar ideias sobre a importância de economizar e fazer o dinheiro render, entre outros.
10. Ampliar a mentalidade sobre o dinheiro
Educar-se financeiramente requer mudança de pensamento, ou seja, enxergar a relação com o dinheiro de uma forma diferente.
Há quem ache que lidar com dinheiro é muito complexo ou que investir é coisa de gente rica, mas essa não é a realidade.
Por menor que seja o salário, é possível economizar e guardar pelo menos uma parte dele mensalmente, basta ter organização.
A principal questão é mudar o entendimento acerca do assunto e compreender que dá para se relacionar com o dinheiro de maneira saudável.
Para isso, tenha em mente que existem quatro premissas básicas da educação financeira: ganhar, economizar, investir e acumular para conquistar o patrimônio.
O dinheiro deve ser visto como um ativo que pode trabalhar pela pessoa, e não o contrário. Mas só é possível fazer isso quando ela já estiver livre de dívidas, e é aí que entra a educação financeira.
A partir desse conhecimento, cada escolha deve ser feita de maneira consciente e respeitando a realidade de cada um.
A mudança na mentalidade também deve partir da mais alta hierarquia da empresa. Ela deve ver a educação financeira como uma responsabilidade social da organização.
Sempre que possível, além de promover ações para os funcionários, é primordial elaborar estratégias que também possam envolver as famílias.
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11. Ler mais sobre finanças
Buscar conhecimento é uma das tarefas mais importantes para quem quer ser inteligente financeiramente, e hoje em dia não é difícil conseguir acesso a boas fontes de informação.
Abaixo, selecionamos dicas de leituras que vão desde a organização financeira pessoal até formas de adquirir experiência em investimentos de risco. Confira!
- “Me poupe”, Nathalia Arcuri — No livro, são abordados 10 passos práticos para se organizar financeiramente e nunca mais faltar dinheiro;
- “O poder do hábito”, Charles Duhigg — Falamos como hábitos ruins podem no levar ao fracasso financeiro e nesse livro, você vai entender como é importante se planejar e ter uma rotina na sua vida em sentido amplo, principalmente no financeiro;
- “Quem pensa enriquece”, Napoleon Hill — O livro é mais antigo que os anteriores, mas ao mesmo tempo muito atual. É considerado uma das leituras essenciais desse assunto e mostra como mudar a mentalidade sobre dinheiro pode transformar a sua vida;
- “Cartas a um jovem investidor”, Gustavo Cerbasi — Dicas para investidores iniciantes e experientes entenderem melhor o universo dos investimentos e enriquecer de forma estratégica;
- “O investidor inteligente”, Benjamin Graham — Nesse livro, o autor, que é um dos maiores consultores de investimentos da atualidade ensina estratégias essenciais para ganhar dinheiro investindo na bolsa de valores.
12. Capacitar-se com cursos sobre finanças
Existem diversos cursos na área para quem precisa aprender o básico do assunto — como ensinamentos para sair das dívidas ou formas para implementar a educação financeira na sua empresa.
Confira, abaixo, alguns cursos essenciais:
- Educação Financeira, Escola de Pessoas — Com ele, os colaboradores vão aprender a organizar ganhos e gastos, definindo prioridades e metas para alcançar os seus sonhos; entender como se livrar das dívidas, construindo um futuro financeiro mais sólido; conhecer diferentes tipos de investimentos e como escolher o mais adequado para os seus objetivos.
- Educação financeira empresarial, Sebrae — Capacitação para gerir as finanças da empresa de maneira correta, visando os lucros e evitar endividamento. Gratuito;
- Gestão de finanças pessoais, Banco Central — Conceitos básicos sobre gestão de finanças pessoais e utilização consciente do dinheiro. Gratuito;
- Como organizar o orçamento familiar, FGV — O curso ensina como fazer planos para o futuro e preparar-se para enfrentar crises financeiras. Gratuito;
- 9 passos para sair das dívidas, ParMais — Aprenda a se relacionar de forma saudável com suas dívidas, entender as taxas de juros, negociar débitos e sair do endividamento. Gratuito;
- Como fazer investimento (1), FGV — Introdução ao mundo dos investimentos com conceitos e métodos para fazer aplicações com inteligência e consciências dos riscos. Gratuito.
Existem diversos outros cursos sobre o assunto, e a escolha do melhor vai depender do público com o qual se deseja conversar.
Para facilitar o entendimento e ajudar você a lembrar das informações que trouxemos, colocamos os 12 passos neste infográfico.
Conclusão
Por fim, é preciso que todos entendam — gestores e colaboradores — que a educação financeira é uma construção diária, adquirida com pequenas mudanças de hábitos.
É a busca de conhecimento, a troca de experiências e a tomada de atitudes certas que movem o indivíduo em direção ao aprendizado e ao sucesso nesse área.
A empresa só tem a ganhar ao entender seu papel nesse processo e implementar ações motivadoras para os colaboradores.
Você sabia que a motivação dos colaboradores no trabalho impacta diretamente as finanças da sua empresa? Selecionamos este artigo no qual explicamos isso melhor. Não deixe de conferir!
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Aprendi muito com FGV, grato pelo conteúdo.
Conteúdo bem interessante e bem informativo!
Matéria super interessante e útil!