O contrato do colaborador foi rescindido, o DP já fez o cálculo e encaminhou o pagamento das verbas rescisórias e deu baixa na Carteira de Trabalho do ex-funcionário. Acabou? Ainda não, a entrevista de desligamento é parte importante do processo.
Se você não sabe o que é ou por que fazer entrevista de desligamento, vai sanar essas dúvidas ao longo da leitura.
Neste post, vamos apresentar a você essa ferramenta que pode ser usada por um RH que deseja atuar mais estrategicamente na empresa. Confira!
Para facilitar a sua leitura, você pode se guiar pelo índice abaixo:
- Afinal, que entrevista é essa?
- Por que fazer a entrevista de desligamento
- Os benefícios para empresa e funcionário
- Quando fazer a entrevista de desligamento
- Como fazer a entrevista de desligamento
- Perguntas que não podem faltar na entrevista
- Melhores práticas e dicas para a entrevista de desligamento
Afinal, que entrevista é essa?
Muito mais do que um bate-papo para selar a saída de um funcionário da empresa, a entrevista de desligamento é uma conversa que permite ao RH acessar informações valiosas que podem ser usadas estrategicamente.
Essa entrevista deve ser feita pelo gestor de Recursos Humanos e seguir uma estrutura predefinida para que a empresa obtenha respostas que indiquem qual a visão que o ex-funcionário tem da organização.
Para que isso aconteça, é crucial que o ambiente e o tom dado à conversa sejam adequados para que o trabalhador se sinta à vontade e livre para dar opiniões sinceras.
Para que serve a entrevista de desligamento
Saber o que é a entrevista de desligamento nos ajuda a ter uma noção mais ampla da sua serventia, mas não queremos deixar nada nas entrelinhas. Há dois pontos importantes que queremos destacar.
Em primeiro lugar, a entrevista serve para que a empresa tenha a oportunidade de descobrir eventuais fraquezas que carecem de atenção e melhorias.
Falamos de pontos negativos que fizeram o funcionário querer sair do emprego e buscar uma nova oportunidade.
E falamos também de questões que não levaram a uma demissão voluntária, mas que se revelam como incômodos para o profissional em processo de desligamento.
Em segundo lugar, a entrevista de desligamento também serve para que a empresa tenha mais uma oportunidade de se posicionar de forma humanizada, amenizando os desconfortos que uma demissão tende a causar.
Aproveite que está por aqui e confira também:
? Planejamento de RH: saiba como organizar a rotina
? Squads: como fazer a gestão de equipes em projetos
? As principais tendências de gestão de pessoas para 2021
? Quais os benefícios do Agile Marketing no contexto atual?
? Confira as 11 ferramentas de gestão mais utilizadas nas empresas
Por que fazer a entrevista de desligamento
Como indicamos no início do post, existem algumas burocracias que obrigatoriamente fazem parte de um processo de demissão, independentemente se a decisão partiu do empregador ou do próprio funcionário.
Dar baixa na Carteira de Trabalho, encaminhar o trabalhador ao exame demissional e pagar as verbas rescisórias são tarefas que estão previstas na legislação trabalhista como responsabilidade dos contratantes.
Diferente disso, a entrevista de desligamento não está prevista na CLT e, como consequência, temos duas realidades não muito positivas:
- a das empresas que sequer fazem essa entrevista;
- a das empresas que a fazem, mas de forma inadequada por não entenderem ao certo o porquê dessa etapa.
Há quem pense que não faz sentido conversar com um funcionário que pediu para sair ou que pode ser desgastante demais entrevistar alguém que está sendo demitido pela empresa.
Pode haver também um receio de que a entrevista demissional não seja produtiva, independentemente das circunstâncias, porque um trabalhador que está de saída pode ter algum rancor e dar feedbacks enviesados.
Tudo isso tem solução e você as conhecerá no decorrer do post. Antes, compreender que fazer entrevista demissional é mais do que criar um gesto que pode ser bem-visto pelos trabalhadores, é criar oportunidade para que a empresa saiba quais mudanças fazer para se aperfeiçoar.
O acompanhamento constante dos profissionais e das equipes, assim como de métricas de desempenho e a realização de pesquisas de satisfação são recursos que o RH pode (e deve) usar no dia a dia.
O objetivo de todos eles é que eventuais pontos fracos sejam identificados e corrigidos e pontos fortes sejam melhor explorados, visando o desenvolvimento profissional dos funcionários e a conquista de metas pela empresa.
Ainda que esses recursos sejam muito válidos, um feedback sincero pode ser mais eficiente para apontar questões-chave ao RH, poupando tempo, recursos e esforços.
Vale lembrar que a visão de quem vivencia uma realidade no dia a dia é diferente da de quem observa essa realidade, mesmo que de perto.
Com isso, é interessante fazer a entrevista de desligamento para acessar um ponto de vista que a equipe de RH ou os gestores não têm sobre os processos, o clima organizacional e outros fatores relevantes.
Informações que podem ser usadas para orientar mudanças e outras decisões da empresa.
Os benefícios para empresa e funcionário
Com as informações que apresentamos até aqui, você já conhece em termos gerais qual a importância da entrevista de desligamento.
Implementar um processo assim em uma empresa, porém, pode demandar um pouco mais de argumentos.
Por isso, vamos desenvolver melhor os benefícios que esse processo traz para a empresa e para os trabalhadores.
1. Ameniza a relação entre as partes
Ficar sem emprego é algo que ninguém quer. Assim, se uma empresa precisa demitir um funcionário, independentemente do motivo, pode acabar sendo vista como a vilã da história.
Por outro lado, ser deixado na mão é algo que ninguém quer. Com isso, se um funcionário solicita seu desligamento, pode gerar algum tipo de indisposição que pode ter consequências negativas em seu futuro profissional.
O processo de rescisão contratual pode ser desagradável mesmo quando ocorre em razão de uma demissão por acordo trabalhista.
A verdade é que tudo depende de como as partes conduzem essa situação, tendo a empresa um papel de protagonismo já que é responsável pela maior parte do processo.
Sendo assim, uma das medidas que uma empresa pode adotar para tentar criar uma situação mais amigável e menos desagradável é implementar a entrevista de desligamento como parte de sua cultura.
Se a opção pela rescisão parte do empregador, a entrevista pode ser um bom momento para que o RH mostre ao ex-funcionário que a empresa tem um compromisso com o seu bem-estar e com o bem-estar dos demais profissionais, apesar do desligamento.
Caso a opção parta do próprio trabalhador, a entrevista vai servir para que o ex-funcionário mostre seus motivos e entenda que a empresa valoriza sua opinião porque quer se aprimorar.
Essa combinação de fatores contribui para reafirmar a ideia de que a empresa entende a importância de ouvir quem vive sua realidade no dia a dia.
Um sinal de que as decisões da alta gestão não se baseiam apenas nos interesses desse grupo, mas levam em conta a opinião de todos.
2. Oferece feedback valioso
Como já explicamos antes, a entrevista é uma oportunidade para que o RH colha feedbacks mais acertados sobre a empresa do ponto de vista dos funcionários.
A entrevista de desligamento pode ser o momento ideal para que a empresa receba críticas e elogios da parte dos trabalhadores.
Isso porque, por mais à vontade que se sintam para fazê-lo no dia a dia, o fim do vínculo tira boa parte da tensão que a oferta de um feedback pode provocar.
Quanto a isso, ressaltamos que a empresa não deve ignorar a opinião de um ex-funcionário só porque este está de saída.
É justamente esse fator que pode ser decisivo para que o profissional seja o mais honesto possível ao responder as perguntas da entrevista.
Falamos de uma situação que, quando devidamente conduzida, faz com que o profissional responda sem fazer rodeios e sem deixar mensagens subentendidas.
Assim, o RH tem chances de receber respostas mais esclarecedoras que podem, de fato, ser usadas estrategicamente.
3. Ajuda a corrigir problemas de gestão
Mais adiante, você verá como fazer uma entrevista de desligamento considerando, inclusive, que tipo de questões abordar nessa conversa.
Com isso, entenderá mais facilmente como informações podem ser obtidas para avaliar o desempenho da gestão da empresa.
É um erro pensar que o mau desempenho de um profissional, que culmina em sua demissão, é um problema que diz respeito apenas ao funcionário, necessariamente.
Da mesma forma, é equivocado concluir que um funcionário só busca outro emprego por causa de salário e bonificações.
Um levantamento feito pela consultoria de recrutamento Michael Page indica que oito em cada dez profissionais pedem demissão por causa de seus chefes.
Lucas Oggiam, diretor da empresa de consultoria, indica que “o gestor precisa entender que o bom desempenho de uma equipe começa com uma gestão eficiente. Um bom líder é aquele que consegue manter seus comandados sempre motivados e trazendo os resultados necessários”.
Quando não é isso o que acontece, o relacionamento entre as partes pode se desgastar e minar a motivação da equipe, afetando sua produtividade, seu desempenho e, principalmente, sua satisfação.
Se ninguém fala a respeito e se a empresa não investiga, os problemas de gestão se perpetuam.
Algo que a entrevista de desligamento tem a oportunidade de ajudar a identificar e corrigir.
4. Contribui para melhoria do clima organizacional
Uma forma interessante de analisar a situação é entender que a entrevista de desligamento é um mecanismo que a empresa tem para conseguir olhar para dentro e avaliar a si própria.
Como dito, rescisões contratuais não acontecem apenas porque o funcionário não agrega tanto quanto esperado ou porque este foi atraído por algo melhor lá fora.
Às vezes, a questão é mesmo aqui dentro e tem a ver com fatores que prejudicam o clima organizacional.
Não só a relação com o gestor, mas a relação com os colegas e com a realidade da empresa de um modo geral podem ser investigadas durante a entrevista.
As respostas, por consequência, podem ser úteis para apontar problemas que o RH ainda desconhecia ou que não compreendia de forma tão significativa.
Com isso, essa conversa — que deve fazer parte do processo de desligamento — ajuda o próprio RH a orientar suas ações para tornar seu impacto mais positivo para os trabalhadores e para a empresa.
5. Favorece a melhoria da cultura da empresa
Parte daquilo o que vai bem e daquilo o que não vai bem, com base na avaliação de cada ex-funcionário, tem relação com a cultura organizacional da empresa.
Se um trabalhador alega que se sente pouco estimulado e que não vê perspectivas para o seu futuro dentro da empresa — porque o mercado está mudando e seu trabalho não acompanha isso — há um alerta.
Esse exemplo pode, entre outras coisas, nos leva a uma situação em que a falta de um plano de carreira ou até da adoção de estratégias de upskilling está por trás do problema.
Falamos de mudanças que só podem ser implementadas com a devida adequação da cultura da empresa.
Com isso, o que queremos dizer é que a entrevista de desligamento pode ser o ponto de partida para a realização de mudanças profundas na empresa, visando sua melhoria contínua.
6. Promove sensação geral de segurança
Colegas de trabalho formam vínculos profissionais e, por vezes, de amizade também.
Com isso, se um funcionário é demitido, é provável que outro que permaneça na empresa o contate para tentar descobrir quais foram as justificativas apresentadas para o desligamento.
O objetivo da busca por essa informação não é, necessariamente, fazer fofoca. Trabalhadores gostam de segurança, e se uma demissão acontece sem que ninguém saiba ao certo o porquê, podem começar a temer por seu futuro na empresa. Algo que, inclusive, pode aumentar a rotatividade de funcionários.
A entrevista de desligamento tem o poder de transmitir a ideia de que as decisões da empresa são bem planejadas, até as rescisões são estratégicas.
Isso passa para os profissionais a sensação de que rescisões não acontecem aleatoriamente ou sem um motivo claro, deixando-os mais confortáveis.
E se a decisão de deixar a empresa parte do funcionário? Nesse caso, se há um problema interno motivando essa escolha, é provável que os colegas de trabalho já tenham uma noção, podendo até se incomodar com tal problema.
Por outro lado, se o trabalhador teve outros motivos, a entrevista de desligamento pode mostrar que a empresa valoriza seu capital humano e não ressente pedidos de demissão. Algo que também é visto de forma positiva.
7. Evita a perda de talentos
Por último, mas não menos importante, considere a sensação de segurança e todas as melhorias internas que a entrevista de desligamento pode ajudar a promover.
Ficamos diante de um cenário bem mais propício para a retenção de talentos.
O RH sabe o quão desgastante pode ser ter de lidar com pedidos de demissão constantes e com cada etapa do processo de recrutamento, seleção e onboarding de novos funcionários.
A alta rotatividade causa desperdício de tempo, perda financeira e, de quebra, ainda afeta a imagem da empresa.
Se a situação é contrária a essa, se a empresa consegue criar um ambiente atrativo, não só vai reduzir o turnover como vai chamar a atenção dos melhores profissionais do mercado.
Quando fazer a entrevista de desligamento
Já dissemos que a entrevista de desligamento é bem mais do que um bate-papo.
Algo que tem objetivos tão importantes e pode trazer benefícios significativos precisa de uma estrutura prévia.
Portanto, há muito estudo e planejamento envolvidos, o que faz com que não se trate somente de chamar o ex-funcionário para uma conversa informal em uma sala reservada.
O momento certo para a entrevista
Parece óbvio que a entrevista de desligamento deve ser feita quando um colaborador é desligado. Apesar disso, é preciso pensar estrategicamente a respeito do momento ideal.
O RH pode ter dificuldades para obter boas respostas ao entrevistar o funcionário no mesmo dia em que este é comunicado sobre sua demissão.
Assim, pode ser mais conveniente agendar um horário nos dias que se seguem.
Se o trabalhador vai cumprir aviso-prévio, deve comparecer normalmente à empresa por 30 dias, o que permite que a entrevista demissional seja agendada e realizada com facilidade.
Já no caso do trabalhador que terá o aviso-prévio indenizado, não precisando comparecer à empresa a trabalho mais, convém ao RH alinhar a data da entrevista como se fosse qualquer outra formalidade do processo de rescisão contratual.
Por outro lado, se o funcionário pede demissão, o mais provável é que seu emocional esteja menos abalado.
Vale considerar, porém, a possibilidade desse pedido ser motivado por um problema grave que chegou ao ápice, fazendo com que seja mais indicado dar um tempo até a realização da entrevista.
Em todo caso, mesmo quando o funcionário solicita a rescisão contratual amigavelmente, pode ser mais interessante ao RH esperar alguns dias para fazer a entrevista de demissão.
Algo útil até mesmo para que questões específicas em relação ao funcionário possam ser consideradas e levadas para a conversa.
Como fazer a entrevista de desligamento
Saber como fazer a entrevista de desligamento é importante para que o RH consiga estruturar essa conversa e criar um processo padronizado, ainda que flexível.
A ideia é que nenhuma pergunta crucial deixe de ser feita, que os questionamentos sejam feitos de modo adequado e que, se preciso, variações ocorram sem que sejam motivo de transtorno para o RH na condução da entrevista.
Observe como a notícia do desligamento é recebida
Para saber como conduzir a entrevista de desligamento, o RH precisa dar atenção a acontecimentos que antecedem a conversa, como a reação do funcionário ao saber de seu desligamento.
A ideia é perceber e interpretar essa reação para identificar se há um nível de emoção mais ou menos forte, por exemplo.
Algo que indicará a necessidade ou não de uma cautela maior na realização das perguntas e de uma abordagem ainda mais amigável.
Quando não se trata de uma demissão por decisão da empresa, também convém observar.
Um funcionário que parece aliviado ao solicitar seu desligamento também indica algo ao RH, sugerindo que uma investigação mais profunda sobre questões internas pode ser válida na entrevista.
Analise a rotatividade do cargo
Se o funcionário estava há anos no mesmo cargo, pode estar saindo em busca de novos desafios.
Por outro lado, se ficou pouco no cargo em questão e o RH identifica que a rotatividade é alta, pode haver algo específico atrelado ao trabalho que não está indo bem.
Isso significa que avaliar a rotatividade do cargo ajuda o RH a pensar quais perguntas são mais adequadas para tentar obter informações estratégicas.
É bom lembrar que o objetivo é fazer algo a partir do feedback do ex-funcionário.
Por isso, o processo segue um padrão, mas o roteiro de perguntas pode ser adaptado dando mais ênfase a esta ou àquela questão para que se consiga tirar o máximo proveito da entrevista de desligamento.
Converse com o gestor do funcionário
Por mais próximo que o RH busque estar dos funcionários, considerando seu papel na gestão de pessoas, quem vive o dia a dia junto com os trabalhadores são seus colegas e líderes diretos.
Assim sendo, é interessante colher um parecer do gestor do funcionário que está em processo de demissão em busca de informações que orientem a elaboração do roteiro de perguntas. A ideia é fazer com que a entrevista seja o mais acertada possível.
É possível ainda pedir para que este líder confira o roteiro que está sendo preparado para que, sendo o caso, sugira outras perguntas ou alguma mudança de ponto de vista.
Considere a trajetória do funcionário
Durante a preparação da entrevista de demissão, é interessante conferir como foi a trajetória profissional do funcionário enquanto este esteve na empresa.
O trabalhador participou de projetos importantes? Bateu suas metas? Conquistou bonificações? Fez cursos de aperfeiçoamento? MBAs ou outra pós-graduação?
O objetivo por trás dessa análise é investigar se a trajetória do funcionário condiz com sua posição na empresa.
Pode ser, por exemplo, que o profissional tenha tido um bom desempenho, buscado crescer, mas tenha sido preterido pelos gestores. Algo que poderia justificar o desejo de sair.
Prepare o roteiro de perguntas antecipadamente
Você já deve ter entendido isso, mas é necessário preparar o roteiro com as perguntas que serão feitas na entrevista de desligamento com antecedência.
A ideia é se certificar de que os rumos que a conversa pode tomar não façam o entrevistador perder o foco e acabar deixando de fazer perguntas cruciais.
Ainda, para que a conversa transmita aquela ideia de que a entrevista não está sendo feita por acaso ou apenas para fazer média, ter tudo previamente organizado contribui.
Perguntas que não podem faltar na entrevista
Acabamos de apresentar a você uma série de orientações que vão ajudar na estruturação da entrevista, inclusive no processo de elaboração de perguntas. Tudo fica mais fácil, porém, se você tiver uma referência, não é mesmo?
O desligamento pode se dar por decisão da empresa ou por vontade do trabalhador. Independentemente disso, existem alguns temas que merecem ser abordados. São eles:
- o relacionamento com os colegas e com o ex-gestor ou ex-supervisor;
- a existência (ou não) de dificuldades na comunicação interna e quais seriam essas dificuldades;
- as impressões sobre o trabalho e a realidade dos outros setores da empresa;
- as melhorias que a empresa pode ou deveria fazer;
- a avaliação da estrutura física da empresa;
- as contribuições que a empresa deu à evolução profissional;
- a opinião sobre o trabalho feito pelo RH.
Com base nisso, confira algumas sugestões de perguntas que podem ser feitas nas entrevistas de desligamento da sua empresa:
- como você avalia seu relacionamento com seus colegas de trabalho?
- Como poderia definir seu relacionamento com o gestor/supervisor?
- O que você acha sobre as estratégias de comunicação da empresa? Como avalia a abordagem no compartilhamento de informações? Tem sugestões de melhoria?
- Como você avalia os demais setores da empresa?
- O que você acha do ambiente físico da empresa? O espaço e as instalações são adequados ou poderiam ser melhores?
- A empresa proporcionou a você oportunidades adequadas para o seu desenvolvimento profissional?
- Como você avalia o trabalho feito pelo setor de RH?
- Que imagem você vai levar da empresa?
- O que levou você a querer rescindir seu contrato? (Se for o caso.)
- Se algo tivesse sido diferente, você decidiria ficar? Se sim, o que poderia ter sido diferente? (Se for o caso.)
Perceba que a entrevista de desligamento pode servir, inclusive, para que o RH colha feedbacks sobre seu próprio trabalho.
Com isso, é possível beneficiar a empresa de forma ainda mais significativa.
Melhores práticas e dicas para a entrevista de desligamento
Para assegurar que sua empresa alcance os objetivos buscados com essa conversa, temos algumas orientações que figuram entre dicas e alguns cuidados na entrevista de desligamento que você precisa conhecer. Veja!
Importante sim, obrigatória não
Uma dica muito importante é lembrar que a entrevista de desligamento não é obrigatória e, por isso, deve fazer parte da cultura da empresa.
A verdade é que o empregador ou o RH não podem obrigar um ex-funcionário a ter essa conversa.
Entretanto, sabendo de sua importância, se a empresa inclui a entrevista em sua cultura, já cria nos trabalhadores o entendimento de que esse é um processo valorizado e que seu comparecimento é esperado.
Perguntar sim, mas escutar também
Para além de fazer as perguntas adequadas, o responsável do RH que conduzir a entrevista de desligamento precisa praticar a escuta ativa.
É importante estar realmente presente para que o ex-funcionário se sinta à vontade, entenda que aquele momento é realmente valorizado pela empresa e que suas opiniões não estão sendo solicitadas à toa.
Além do mais, somente escutando atentamente é que o entrevistador poderá conduzir a conversa de forma adequada e conseguir informações que sejam verdadeiramente úteis.
Seguir o roteiro é bom, mas sem engessar a entrevista
Vamos pegar a primeira pergunta que colocamos como sugestão anteriormente: “Como você avalia seu relacionamento com seus colegas de trabalho?”.
Agora imagine que, preso ao roteiro, o entrevistador escute como resposta um “ah… Foi tudo bem de um modo geral” e, depois disso, simplesmente siga para a próxima pergunta do roteiro. O resultado não vai ser tão bom quanto poderia.
Sempre que algo ficar no ar ou que a resposta for uma deixa para outro questionamento, o entrevistador precisa aproveitar e elaborar uma pergunta adicional, ainda que fuja momentaneamente do roteiro.
Uma entrevista demissional precisa ser estruturada e não um mero bate-papo informal, mas ainda estamos falando de uma conversa.
Ao profissional do RH, pode ser necessário instigar o ex-funcionário a ser mais completo e claro em suas respostas para obter informações válidas.
Incentivar críticas construtivas e sugestões vale a pena
É normal que um funcionário se sinta um pouco retraído em uma entrevista de desligamento, por isso, é importante que o entrevistador deixe claro que quer ouvir as críticas e sugestões de verdade.
Sempre que uma resposta indicar que algo não correu tão bem quanto desejado, o trabalhador deve ser incentivado a dar sua opinião sobre como as coisas poderiam ser melhores.
Vale aquela ideia de que a pessoa que vive uma realidade tem uma visão mais real a respeito.
Tratar os funcionários com gratidão é importante
Seja porque a empresa quis ou porque o trabalhador assim o decidiu, um processo de rescisão não é, obrigatoriamente, o fim da linha para o relacionamento entre as partes.
Assim como um gestor pode recomendar um bom funcionário que precisou ser demitido por problemas no orçamento, por exemplo, um profissional pode recomendar uma empresa por sua boa experiência de trabalho ali.
Sendo assim, educação é regra básica, e expressar a gratidão pelos serviços prestados, pelo comparecimento à entrevista de desligamento e pelas respostas é sempre bom.
Criar um processo de demissão humanizada é uma boa estratégia.
Achar que tudo acabou depois da entrevista
Depois que a entrevista de desligamento for feita, o RH precisa usar as informações coletadas para avaliar fraquezas e orquestrar melhorias.
Isso, porém, não é responsabilidade só do RH. Por essa razão, as conclusões que forem tiradas de cada entrevista devem ser compartilhadas.
Feedbacks sobre a equipe podem ser debatidos com o gestor em questão.
Problemas identificados podem ser analisados com ajuda de outras pessoas, inclusive com membros da alta gestão que precisarão aprovar mudanças que o RH queira promover ou tenha a sugerir.
Temos alguns materiais importantes para sua empresa, veja:
? Trabalho remoto: ferramentas para facilitar a gestão a distância
? Sobrecarga no trabalho: saiba como evitar esse mal na sua empresa
? Como engajar colaboradores para diminuir as taxas de absenteísmo e turnover?
? Gestão de pessoas remota: o guia completo para colocar em prática na sua empresa!
Conclusão
Ainda que não seja obrigatória, a entrevista de desligamento pode ser fundamental para que a empresa promova melhorias, retenha talentos, fortaleça sua marca e alcance melhores resultados.
Rescisões contratuais podem ser desagradáveis e, por isso, convém deixar a conversa leve, criando um ambiente seguro para que ela aconteça.
Entretanto, é importante não encarar a entrevista como um mero bate-papo. Para que benefícios sejam colhidos, uma estrutura deve ser criada e um planejamento, seguido.
Por fim, de nada adianta fazer a entrevista de desligamento e encerrar o processo por aí ou não repassar adequadamente os feedbacks.
É preciso ir adiante para que a conversa cumpra o seu propósito de direcionar a tomada de decisões estratégias em prol de melhorias na empresa.
Gostou do post? Assine nossa newsletter e receba outros conteúdos como este direto em sua caixa de e-mail!
Deixe seu comentário
Seu e-mail não será publicado. Os campos com * são obrigatórios.