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Cada geração possui características próprias e impactam de maneiras diferentes o mundo. Nesse artigo, você vai entender as características e impactos da geração “nem-nem”.

Depois de várias gerações com profissionais que se dedicaram incessantemente ao trabalho por décadas, aos poucos, o perfil dos jovens vem mudando. O que percebemos hoje é uma geração de pessoas que nem trabalha, nem estuda.

Embora tenham também suas habilidades, o impacto de jovens que não tem oportunidade de trabalho e estudo pode ser gigante para todo o mercado de trabalho e para a sociedade

Quer entender melhor quem faz parte dessa geração e como as empresas estão lidando com esses impactos? Então acompanhe esse conteúdo até o final. 

Para facilitar a leitura, confira todos os assuntos desse artigo:

O que é a geração nem-nem?

imagem de uma mulher jovem sentada no parepito de uma janela fechada, olhando para o lado de fora dela e apoiando o queixo em um de seus punhos representando a geração nem-nem.

A expressão “geração nem-nem” vem da constatação da existência de uma importante parcela da população composta por pessoas com 18 e 24 anos que nem estudam, nem trabalham. 

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Em geral, são jovens que encontram dificuldades para conseguir uma oportunidade de trabalho e, com isso, acabam paralisando seus estudos. 

De acordo com uma pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apresentada no Education at a Glande em outubro de 2022, o Brasil é o segundo país com maior população nessas condições no mundo, com 35,9% dos jovens

O primeiro é a África do Sul, com 46,2% e, na outra ponta da lista, está a Holanda, com apenas 4,6% da população nessa situação.  

A pesquisa também destaca que no Brasil, somente 33% dos alunos terminam a graduação superior no tempo previsto para o curso. Cerca de 49% levam cerca de 3 anos a mais do que o inicialmente planejado e 18% não terminam ou levam ainda mais tempo. 

São 12,3 milhões de pessoas que não tem condições para contribuir com a construção econômica do país e nem mesmo com o seu desenvolvimento profissional.

Quais são as causas que permitiram o surgimento da geração nem-nem?

Os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), mostram que 35% dos desempregados do mundo estão na faixa etária entre 15 e 29 anos

As causas ainda são fruto da suposição. Mas, a linha de raciocínio vem de uma falta de oportunidade de estudo, dentre uma série de fatores que dificultam o primeiro emprego. 

Entenda a seguir!

Grau de escolaridade

Entre os alunos universitários, menos de 10% possui pais com pós-graduação ou mestrado. Quando aumentando um nível de ascendência, chegando aos avós, o percentual se resume a zero. 

As políticas públicas não fomentam a formação superior e a especialização. Sem trabalho e sem outras formas de arcar com os estudos,os  jovens se qualificam apenas para subempregos, e recebem salários de sobrevivência.

Crise de lideranças

Além disso, mais um fator importante nessa equação é uma crise de lideranças. Esses jovens não encontram métodos de ensino atualizados. 

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São nativos digitais mas, muitas vezes, estão recebendo orientações de pessoas que ainda têm dificuldade em lidar com o meio virtual. 

Exigências do mercado de trabalho

Outro ponto importante diz respeito ao excesso de exigências feitas pelas empresas para cargos de estágio. Muitas vezes não condizem com a realidade educacional dos estudantes que, teoricamente, deveriam encontrar nas vagas de estágio uma oportunidade de aprendizado e desenvolvimento de habilidades profissionais.

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Quais são os impactos da geração nem-nem para as empresas?

As empresas sofrem com a falta de mão de obra realmente qualificada em todas as esferas, industrial, de serviços e do comércio. Hoje estima-se que exista entre 50 a 100 mil vagas de empregos de alta renda, que exigem conhecimento tecnológico e especializado estejam desocupadas, aguardando candidatos qualificados. 

Esse apagão da mão-de-obra provoca prejuízos com sobrecarga de trabalho e ineficiência, em alguns casos. 

A falta de jovens nas empresas ainda traz uma defasagem cultural, já que essa geração possui pensamento diferente, tecnológico e geralmente inovador. O mercado de trabalho perde muito com a ausência e falta de incentivo na participação desses jovens nas empresas. 

Outro impacto importante é para o futuro do país. Cada vez mais a população como um todo, incluindo crianças e idosos, dependem da população economicamente ativa, e com uma parcela grande fora desse contexto, o problema pode se tornar grave em pouco tempo. 

Como identificar alguém da geração nem-nem?

Geralmente, os jovens da geração nem-nem precisam arcar com os próprios estudos ao migrar do ensino médio para o ensino superior. Por isso, quando não conseguem um trabalho, acabam também deixando de lado a continuação dos estudos. 

Um dos problemas para essa dificuldade de encontrar trabalho pode estar na exigência de muitas empresas que o candidato à vaga já tenha experiência. Mas a verdade é que, muitas vezes, esses jovens têm acesso a uma educação precária e, quando chegam ao mercado de trabalho, acabam tendo dificuldades. 

Isso mostra como é importante que o poder público e também as empresas invistam em treinamentos e na educação de maneira geral, para que esses jovens tenham acesso a melhores oportunidades de emprego e, assim, possam também dar continuidade aos seus estudos na universidades.  

Como o RH pode integrar o “nem-nem “ no time?

O primeiro passo é formar líderes que saibam lidar com a geração nem-nem, estimulando e motivando esses jovens a contribuir com os negócios. 

As empresas também possuem importante papel na educação corporativa desses profissionais, que precisam desenvolver não apenas habilidades técnicas, mas também soft skills. Os treinamentos internos podem ser um grande diferencial para esses jovens se desenvolverem, além de ajudar a empresa a ter profissionais qualificados com mais eficiência. 

Outras formas de incentivar o desenvolvimento profissional é oferecendo benefícios corporativos, como vale-cultura e bolsas de estudo para seus colaboradores. 

Além disso, as empresas precisam enxergar esses investimentos como parte de uma política de ESG. A sigla se refere a um conjunto de práticas ambientais, sociais e corporativas, que beneficiam não só o próprio negócio, mas também toda a sociedade.  

Um fator importante para os jovens das gerações mais novas é o papel social da empresa na sociedade. E esse pode ser um fator motivador para impulsionar a maior participação dos “nem-nem” nas empresas. 

Temos alguns guias relacionados ao assunto, confira:

Conclusão

Agora você já sabe quem são os integrantes da geração nem-nem, quais são suas características, como reconhecê-los e também como a empresa pode contornar os impactos nessa questão, além de tentar aproveitar de forma melhor esses profissionais. 

Uma forma de incentivar o desenvolvimento desses profissionais na empresa é promovendo ações que aumentam a satisfação dos colaboradores no trabalho. Para saber como fazer de maneira produtiva e eficiente, aproveite nosso artigo sobre como aumentar a satisfação dos funcionários no trabalho.

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