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A modernização finalmente chegou ao setor de Recursos Humanos! Você já ouviu falar do RH 3.0?

A tecnologia veio para mudar paradigmas em todas as áreas de conhecimento e gestão, e no RH não poderia ser diferente. Essa é, inclusive, uma das áreas que mais sofreu mudanças (no bom sentido), impulsionadas por uma nova forma de enxergar as pessoas no ambiente de trabalho.

Se você se deparou com o termo RH 3.0 e não entendeu bem o que ele quer dizer ou deseja se aprofundar no tema, está no local certo.

Neste texto, abriremos uma ampla discussão sobre o assunto e faremos um apanhado histórico da evolução de uma das áreas mais importantes dentro de uma empresa. Acompanhe a leitura!

Para facilitar sua compreensão e tornar o aprendizado mais efetivo, elaboramos o índice abaixo. Navegue por ele e aprenda tudo sobre RH 3.0.

O que é o RH 3.0 e como esse conceito surgiu?

a tecnologia e modernização dos Recursos Humanos

Podemos dizer que o RH 3.0 é a terceira transformação pela qual o setor de Recursos Humanos passou desde a Revolução Industrial. Aliás, esse evento foi decisivo para o surgimento da área como a conhecemos hoje.

A área de RH é, sem dúvida, um dos departamentos que têm passado pelas transformações mais dramáticas na última década.

Controle de ponto para PME's: é realmente preciso?

E isso está acontecendo devido à inserção de tecnologia e criação de novas ferramentas com o objetivo de otimizar processos. Afinal de contas, essa é uma área que também precisa ser ágil para acompanhar as diversas outras transformações pelas quais a empresa está passando.

Claro, a dor da mudança também acompanha o desenvolvimento, por isso será necessário revisar práticas antigas e abraçar as tecnologias do RH 3.0. É por essa razão que muitas empresas ainda estão relutantes quanto à atualização de seus processos.

Mas, para entender bem a transformação que aconteceu aqui, é importante olhar para trás e entender o motivo do surgimento do setor de RH e as evoluções que passou a fim de atender os objetivos do negócio.

Surgimento do RH: por que aconteceu?

O RH surgiu no século 20 devido aos desdobramentos da Revolução Industrial do século anterior.

Com mais oportunidades de trabalho e as pessoas começando a se amontoar na linha de produção, surgiu a necessidade de uma organização interna que lidasse com a relação entre empregador e empregado.

Dessa discussão nasceu as Relações Industriais. Mesmo que de forma embrionária, esse setor começou a encontrar um meio-termo entre os interesses do empresário da época (o capital) e dos trabalhadores.

Isso foi primordial para criar uma situação de subsistência saudável ao longo do tempo, afinal de contas, à época os direitos trabalhistas também estavam em gestação.

Apesar dessa importância, o papel do RH como o conhecemos hoje ainda estava no horizonte. À época, a principal função do setor estava no controle dos processos burocráticos que qualquer empresa tem e na supervisão da conduta dos trabalhadores.

Os interesses do setor estavam intimamente ligados ao interesse do gestor: maior produtividade e eficiência associadas a custos de gestão reduzidos.

Nesse cenário, a grande motivação dos trabalhadores era a recompensa salarial, já que existia pouco espaço para crescimento profissional. Os indivíduos eram atribuídos a máquinas e seu valor era proporcional à sua habilidade de operá-las.

Nem precisamos dizer que esse modelo resultava em trabalhadores desmotivados e, a longo prazo, menos produtivos. Hoje em dia, podemos atribuir algumas métricas a isso, como alto turnover, por exemplo.

Esses eram paradigmas que surgiram com a Evolução Industrial e logo mostraram a necessidade de mudanças. E foi essa necessidade que abriu espaço para o surgimento do RH 2.0.

O RH 2.0: o começo da mudança

Era necessário uma reimaginação do que significava implementar o ser humano no ciclo produtivo capitalista, principalmente porque o pensamento industrial atrelado apenas ao maquinário estava caindo por terra.

O tratamento de máquinas orgânicas foi se dissipando e dando espaço a ideias como noção de pertencimento a uma empresa, ser social, motivação etc.

Os ambientes, processos e modelos de gestão passaram por uma humanização, contrastando com aqueles antes motivados pela produtividade a qualquer custo.

Não somente, mais atenção passou a ser dada às questões como recrutamento e seleção. Não apenas procurando indivíduos com o perfil apropriado para a empresa, mas também caçando talentos.

O departamento de RH passou a ser responsável pelo treinamento e capacitação de equipes, utilizando conceitos embasados em teorias psicológicas que ganhavam cada vez mais força.

Essa nova postura trazida pelo RH 2.0 também pode ser vista no linguajar dos gestores que substituíram o termo funcionário por colaborador.

Pode parecer bobo à primeira vista, contudo, isso carrega uma forte mudança de filosofia na forma de lidar com o trabalhador e no modo como o próprio se enxerga nas instituições.

Os funcionários, como mencionamos anteriormente, estavam interessados somente na compensação financeira em troca da sua força de trabalho. O colaborador, por sua vez, é aquele que trabalha junto da empresa, e não para ela.

O objetivo do segundo é alcançar a satisfação profissional trabalhando em um projeto maior que seus próprios interesses.

Dessa forma, o colaborador não é somente uma engrenagem, mas passa a ser um computador (para fins de analogia) com ampla capacidade de resolução de problemas.

Assim, índices como rotatividade de pessoal, absenteísmo e motivação levantam questões abstratas inéditas e que são diretamente ligadas à cultura organizacional da empresa.

A partir desse cenário — já muito diferente daquele que motivou o surgimento do departamento de RH — dá-se um próximo passo em direção a novos paradigmas. E, assim, surge o RH 3.0.

O RH 3.0 e a inovação tecnológica

O RH 3.0 não é um apagamento dos modelos que o precederam, afinal de contas, tudo aquilo continua sendo importante: pessoas precisam ser produtivas e a burocracia ainda existe.

A grande diferença está no aprimoramento dessas visões — hoje, antiquadas — e na implementação da tecnologia para ajudar os profissionais de RH a realizarem os seus trabalhos.

Essas tecnologias são responsáveis por gerar indicadores precisos sobre o clima organizacional e os utiliza para promover as mudanças necessárias para uma cultura muito mais sadia.

Podemos dizer que o RH agora é responsável pela gestão de pessoas, organizando-as e preparando-as para alcançar um objetivo maior: a proposta de valor da empresa perante a sociedade e seus clientes.

Uma das principais mudanças é a interdisciplinaridade. Agora, os líderes de gestão de pessoas atuam junto aos líderes de outros departamentos, como finanças e operações.

Em outras palavras, muitas práticas devem mudar para acompanhar um modelo mais ligado ao analytics e no que move os indivíduos. Aqui, plataformas digitais são imprescindíveis.

Sendo assim, não há como dissociar a tecnologia das tarefas diárias da equipe multiprofissional do RH. As novas ferramentas permitem a análise comportamental e a organização dos colaboradores de forma estratégica (a palavra favorita dos negócios).

Veja abaixo um resumo do percurso pelo qual a área de Recursos Humanos passou até chegar onde estamos.

a evolução do rh

O que muda nas empresas com o RH 3.0

A implementação do RH 3.0 acontece mesmo antes de incluir tecnologia de ponta no setor de RH. É necessário mobilizar os colaboradores, de forma geral, para a importância da coleta e análise dos dados gerados.

É necessário dizer que dados são quaisquer informações que podem ser medidas de forma objetiva e organizadas em um banco de dados. Assim, os colaboradores podem ter acesso a tendências e outras conclusões.

Pode parecer algo muito futurístico, contudo, basta que a equipe de RH tenha uma clara visão do que se quer analisar, ou mesmo uma hipótese que queira validar, para fazer bom uso dos dados.

Outra coisa que deve mudar (ou melhorar) é a comunicação. Ter em mente que os setores de uma empresa são como órgãos interdependentes é primordial, afinal de contas, qual corpo anda por aí sem pulmões, por exemplo?

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Essa visão holística permite uma melhor comunicação e senso de coletividade entre todos que estão trabalhando com um objetivo em comum.

Ao usar como exemplo a avaliação de desempenho tradicional — na qual, a partir do feedback do time, as metas são definidas no começo do ano e não podem ser alteradas —, já dá para começar a ter uma visão mais clara do que deve mudar.

Basta pensarmos na pandemia da Covid-19. As empresas que ficaram presas em suas metas e expectativas do começo do ano, muito provavelmente, fecharam as portas em meio a toda essa loucura.

De forma resumida, o RH 3.0 é caracterizado pelos seguintes fatores:

  • diagnóstico da empresa e de seus setores;
  • implementação de ferramentas modernas; 
  • estímulo a comunicação entre setores;
  • coleta e análise de dados.

Quais são as tecnologias envolvidas?

Esse é um dos pontos mais importantes deste artigo, pois falaremos sobre as principais formas de implementar a tecnologia a fim de fazer o upgrade do RH. Confira!

Uso de ferramentas

O setor de Recursos Humanos em muitas empresas ainda depende consideravelmente do uso de documentos impressos. Quando não são os papéis que atrasam o trabalho, são os sistemas obsoletos e pouco intuitivos.

Não é incomum vermos softwares complexos, pesados, pouco interativos e que não podem ser integrados a outras ferramentas. Em vez de facilitar a vida do RH, eles acabam dificultando a vida do setor. 

Se a sua empresa ainda utiliza formulários impressos ou sistemas difíceis de usar, esse pode ser o primeiro passo para melhorar o setor de RH!

Algumas atividades pertencentes à rotina da área foram muito beneficiadas com a adoção da tecnologia, como:

  • recrutamento e seleção;
  • controle dos processos internos;
  • controle de jornada.

Vamos descrever quais foram os ganhos que a inovação tecnológica trouxe a esses nichos e os benefícios para a empresa como um todo.

Recrutamento e seleção 

Imagine que atraso anunciar uma vaga localmente ou através de quadros de anúncios espalhados pela cidade. Pois era assim que chegava ao conhecimento das pessoas as vagas disponíveis em determinadas empresas.

A seleção de pessoal, por sua vez, era feita através de fichas impressas. Algumas empresas ainda adotam esses sistemas manuais, mas elas são a minoria.

Hoje em dia, ferramentas online permitem alcançar um número de pessoas muito maior, aumentando as possibilidades e agilizando todo o processo.

Esses sistemas, normalmente, fazem a conexão entre o candidato e a empresa. Para isso, é possível realizar uma triagem dos perfis, verificando quais candidatos atendem aos requisitos da vaga e quais devem ser eliminados. 

Essa iniciativa diminui o tempo do processo e permite aos recrutadores selecionar apenas os melhores talentos para aquela vaga, tornando a escolha muito mais precisa e acertada. Uma empresa moderna utiliza softwares de RH para fazer o recrutamento e a seleção de candidatos de forma inteligente e otimizada.

Controle dos processos internos

Estar por dentro da gestão dos processos é fundamental para o bom funcionamento do setor e uma vantagem trazida pelo RH 3.0. 

Gerenciamento de admissão e demissão, controle de férias, benefícios e holerites são atividades que demandam tempo e cuidado, e fazem parte da rotina do RH, ou seja, são executadas continuamente. 

Softwares projetados para fazer o controle dessas tarefas ajudam tanto Recursos Humanos quanto Departamento Pessoal a darem conta das demandas em menos tempo e quase nenhum erro.

Monitoramento de jornada 

Por fim, outro exemplo fundamental de como as ferramentas tecnológicas podem ajudar na rotina do RH diz respeito ao controle de jornada.

Se você perguntar para profissionais da área, a grande maioria dirá que o fechamento da folha de ponto é uma das tarefas mais desgastantes da rotina. Isso porque é uma atividade ainda realizada de forma manual, tornando-a suscetível a erros.

Com o desenvolvimento da tecnologia, foram criados sistemas capazes de otimizar essa tarefa e torná-la mais precisa, fornecendo dados confiáveis e transparentes à organização.

Essas ferramentas são capazes de realizar o controle de ponto de forma automática, por meio de um aplicativo inteligente que facilita o cálculo da folha de pagamento. Isso é possível porque na folha de ponto estão as horas trabalhadas, as horas extras, as faltas e os atrasos.

A jornada de trabalho é algo muito importante dentro das organizações, e ao contar com um sistema inteligente como o Tangerino é possível obter insights e eficiência!

Estímulo à integração de setores

Imagine como seria mais simples se o setor de RH pudesse pedir ajuda ao setor de Marketing para criar uma campanha de endomarketing de sucesso.

Especialmente nas grandes empresas, onde os setores são muito bem desenhados, é possível que pessoas de diferentes áreas se comuniquem para resolver problemas juntos.

Hoje em dia, é ainda mais importante que todos tenham acesso direto ao setor de TI. 

A transformação digital fez com que qualquer setor tenha demandas de tecnologia. Por isso, é interessante que eles possam conversar facilmente com seus colegas especialistas, a fim de resolvê-las da forma mais eficiente possível.

Aprender a analisar dados

Falamos acima para você abandonar o papel, porque analisar dados que são coletados através desse meio é contraprodutivo, afinal de contas, eles deverão ser digitalizados.

Alguns desses dados são usados para conduzir a estratégia que chamamos de People Analytics. Através deles é possível identificar questões como clima organizacional, nível de absenteísmo, nível de satisfação geral etc.

É importante buscar os indicadores de melhoria através de dados e não de achismos. E isso é um dos principais desafios que falaremos a seguir.

Quais são os principais desafios do RH 3.0

Os profissionais do RH 3.0

Os desafios do RH 3.0 são inúmeros. O primeiro deles é que muitos profissionais de RH ainda não estão preparados para implementar analytics em sua prática diária.

De forma simplificada, o analytics nada mais é que a implementação de ferramentas que permitem coletar e analisar dados. Isso faz com que a gestão de pessoas, assim como diversas outras áreas de uma empresa, seja completamente pautada em dados.

Outra dificuldade é a visão das empresas. O setor de RH acaba recebendo menos atenção dos empreendedores, visto que, na concepção desses empregadores, é uma área necessária, mas não primordial.

Uma empresa pautada nesse viés mais arcaico acaba não investindo em tecnologia e nem em talentos, tornando esse setor cada vez mais defasado.

Os profissionais do RH 3.0

Não é novidade para ninguém — principalmente para você que leu até aqui — que os profissionais do RH 3.0 estão sempre atualizados com as mais novas práticas e tecnologias de gestão de pessoas.

É importante que a atualização seja constante. Assumir que, por ter acabado de sair da universidade, o profissional está pronto para o mercado de trabalho é um grande erro.

Buscar conhecimentos complementares e novos ângulos para resolver o mesmo problema são características marcantes desses profissionais.

Assim, ao contar com esse perfil de profissional, você terá certeza que o seu departamento de RH terá sempre as mais novas tecnologias para guiar a empresa rumo ao sucesso.

O setor evoluiu muito desde o RH 1.0, e isso só aconteceu porque os profissionais sabiam que precisavam aprender mais e implementar novas tecnologias em suas práticas diárias. Desafiando, assim, o que é tido como certo.

Próximos passos: como será o RH 4.0

O rumo, sem sombra de dúvidas, está em direção à digitalização e automação. Cada vez mais o setor de RH contará com ferramentas inteligentes a fim de melhorar a efetividade do departamento e também de toda a empresa.

A tecnologia será a base de novas estratégias e também de planejamentos mais robustos, visando realizar uma gestão comportamental de todos os colaboradores.

Isso permitirá o surgimento e desenvolvimento de empresas mais efetivas, produtivas e com uma mensagem mais forte para o mundo, uma vez que todos os seus colaboradores estarão gritando em uníssono.

E então, gostou de conhecer um pouco sobre o percurso do setor de Recursos Humanos até os dias de hoje? Para aproveitar o ensejo, confira o que é RH estratégico e como a sua empresa pode usufruir dessa novidade!

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