Já pensou em criar uma política de benefícios na sua empresa? Essa estrutura permite que os funcionários tenham mais clareza sobre as vantagens oferecidas, além de se sentirem lembrados e incluídos nas vitórias da organização.
Do outro lado temos uma gama de benefícios para a organização, que notará um retorno positivo em forma de dedicação, maior produtividade e satisfação dos colaboradores.
Quer aprender de que forma é possível fortalecer a relação com os empregados? Então continue por aqui e entenda o que é política de benefícios, qual a sua importância e como elaborá-la na organização!
Neste conteúdo abordaremos os seguintes tópicos:
- O que é política de benefícios?
- Qual a importância da política de benefícios?
- Quais os tipos de benefícios oferecidos?
- Como estruturar uma política de benefícios?
O que é política de benefícios?
Política de benefícios é um documento que estabelece todos os critérios e regras para a concessão dos benefícios corporativos, além de servir, também, como um manual para os colaboradores da empresa.
A política de benefícios é uma das principais estratégias para atrair e reter talentos para manter a sua empresa mais atrativa aos profissionais capacitados, principalmente em relação aos seus concorrentes.
Podemos defini-la como uma cartilha de vantagens que a corporação oferece para seus colaboradores em busca de proporcionar bem-estar, motivação, segurança e condições para um planejamento de carreira e para o bom desempenho de suas atividades.
Algumas políticas de benefícios são definidas por lei, como as licenças maternidade e paternidade e o auxílio-transporte. Entretanto, muitas se apresentam como propostas desenhadas efetivamente para atrair os melhores colaboradores e estabelecer diferenciais.
A política pode ser a mesma para pessoas de todas as posições e departamentos ou diferenciada conforme esses e outros fatores. Além disso, os fundamentos das normas dependem do propósito de cada organização e podem ser reavaliados periodicamente para melhorar os resultados almejados.
Qual a importância da política de benefícios?
A concessão de benefícios tem sido apontada como um dos fatores que atrai e retém talentos nas organizações, como já citamos. Compõe-se de ações voltadas para satisfazer as necessidades dos colaboradores e envolvem aspectos sociais, culturais, de autoestima e autorrealização.
Portanto, ter uma política de benefícios bem definida não é uma segurança apenas para sua empresa, mas é uma forma estratégica de torná-la relevante no mercado, ao ponto de facilitar a retenção de talentos.
Além disso, existem outras vantagens de incluir esse documento na empresa. Confira, a seguir, alguns benefícios que demonstram a importância de ter uma política de benefícios na empresa!
Aumento da produtividade
Se uma pessoa não está satisfeita em sua área, existem os riscos de ela buscar por oportunidades de trabalho em outras organizações e de não entregar aquilo que se espera em relação ao seu desempenho.
O turnover elevado, para o negócio, é um problema. Afinal, trata-se de mais gastos para a organização, tanto nos aspectos burocráticos do processo de demissão e contratação quanto para o treinamento das novas pessoas que chegam até a empresa.
Além disso, devemos levar em consideração que, quanto menos o time produz, pior é para a imagem da marca no mercado. Dessa forma, clientes sentirão o impacto de um atendimento que não apresenta tanta qualidade, o que pode provocar churn e mesmo comentários negativos nas redes sociais.
Maior engajamento
Um profissional desengajado, além de não contribuir para a realização das suas atividades, consegue desestimular pessoas que estão satisfeitas em suas funções.
Por essa razão, torna-se necessário buscar estratégias que aumentem o engajamento de seu time.
Com uma política de benefícios efetiva, naturalmente vai haver maior interesse das pessoas em buscar continuamente por inovação para os seus projetos, além de ser um importante termômetro de engajamento para que elas permaneçam na empresa por mais tempo.
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Melhora no clima organizacional
Clima organizacional é a percepção das pessoas em relação às políticas, práticas e processos do negócio. Quando há uma percepção positiva em relação às estratégias adotadas, consequentemente há um clima organizacional positivo.
Isso contribui para que haja retenção de talentos, mais uma vez. Também destaca-se o fato de que um clima organizacional bom contribui para que as pessoas tragam mais inovação e sempre saiam da zona de conforto para trazer melhorias aos números e aos processos do negócio.
Quais os tipos de benefícios oferecidos?
A política de benefícios varia de empresa para empresa porque, além de as organizações apresentarem objetivos diferenciados, a possibilidade de vantagens são bem variadas.
Como já mencionamos, dentre os benefícios corporativos, existem os benefícios obrigatórios e regulamentados por lei e os opcionais — responsáveis por gerar maior atração de talentos, fazendo com que a empresa fique conceituada no mercado de trabalho e se destaque da concorrência.
Há, ainda, aquelas vantagens planejadas para impulsionar a produtividade do profissional, fazendo com que ele se sinta componente importante da empresa e, com isso, mantenha a produção sempre em alta.
Confira, a seguir, quais são esses benefícios!
Benefícios legais
Os benefícios obrigatórios por lei e previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) são:
- vale-transporte;
- férias;
- 13º salário;
- FGTS;
- licença-maternidade e paternidade;
- Adicionais (noturno, periculosidade, insalubridade).
Benefícios espontâneos
Benefícios espontâneos são conhecidos por esse nome por não serem uma obrigação da empresa. No entanto, eles são fatores decisivos para atrair candidatos às vagas em aberto. Alguns exemplos são:
- vale-refeição;
- planos de saúde e odontológico;
- Cesta básica;
- Entre outros.
Benefícios inovadores
Por fim, os benefícios inovadores são aqueles que trazem maior satisfação para os colaboradores e aumentam a produtividade geral. Confira alguns deles:
- programa de incentivo à educação;
- auxílio-creche e berçário;
- vale-cultura;
- horário de trabalho flexível;
- programa de incentivo à saúde;
- auxílio home office;
- benefício flexível;
- semana de quatro dias;
- bônus;
- cartão-presente;
- entre outros.
Dentre esses, um que tem sido muito procurado pelos colaboradores é o pacote de benefícios flexíveis.
Quer saber mais sobre o assunto? Então, confira a conversa que tivemos com Cecília Sacramento, coordenadora de Gestão de Pessoas na Internacional Logística Integrada de Comércio Exterior:
Como estruturar uma política de benefícios?
Na hora de construir a política de benefícios ideal para a sua empresa, é preciso fazer uma análise do panorama interno e entender alguns pontos. O objetivo é que a oferta esteja em sinergia com a cultura empresarial e com o perfil de seus colaboradores.
Entre os principais pontos a serem analisados estão as práticas mais usadas pelo mercado.
Alguns benefícios, mesmo não sendo obrigatórios, são comumente oferecidos pela maioria das empresas e, portanto, já esperados pelos candidatos. Exemplos comuns são os planos de saúde, odontológicos e o auxílio-alimentação.
Também é importante ter em mente que os benefícios devem resultar em retornos positivos para a empresa, como atração de talentos, colaboradores mais satisfeitos, redução de turnover e aumento de produtividade.
Para isso, é importante fazer um acompanhamento de métricas — por meio da gestão de benefícios — para analisar os custos investidos, obter feedbacks e analisar os resultados alcançados.
Confira, a seguir, alguns passos para implementar uma política de benefícios estratégica na sua empresa!
1. Considere o perfil dos profissionais
O primeiro passo é entender o perfil dos seus colaboradores. Isso é importante para saber quais benefícios são mais interessantes e serão mais bem aproveitados por eles. Afinal de contas, de nada adianta oferecer ótimos benefícios se eles não atenderem às necessidades dos colaboradores, não é mesmo?
Enquanto o home office, por exemplo, é mais valorizado por colaboradores mais jovens, um auxílio-creche pode ser mais relevante para as empresas mais tradicionais, por exemplo.
É importante fazer uma pesquisa interna para saber como os colaboradores veem os benefícios atuais e quais poderiam ser fornecidos no futuro.
2. Colete feedbacks da equipe
A política de benefícios do RH precisa estar alinhada às necessidades e desejos dos funcionários. Caso contrário, ela não fará muita diferença para sua equipe.
Então, por que não começar aplicando um pequeno questionário para conhecer os benefícios que os colaboradores desejam?
Se o negócio for pequeno, dá para pedir feedback individual, com os detalhes mais importantes para cada trabalhador. Dessa forma, você já inicia a construção do documento com a sua política de benefícios.
3. Estude a política de benefícios dos concorrentes
Se os seus concorrentes oferecem melhores benefícios, podem atrair mais profissionais capacitados no mercado, inclusive de dentro da sua empresa. É necessário entender o que tem sido praticado no mercado para não ficar atrás dos competidores.
Além disso, é bom ficar de olho em qualquer novidade no mercado e acompanhar a evolução na política de benefício das outras empresas. Caso os concorrentes passem a oferecer mais flexibilidade, por exemplo, é bom analisar a possibilidade de implementar essa ação também na sua organização.
4. Verifique a viabilidade financeira
De nada adianta elaborar uma política de benefícios se a empresa não consegue sustentá-la no longo prazo, certo?
Pior do que não oferecer vantagens competitivas aos colaboradores é retirá-las depois de um tempo. Isso prejudica — e muito — a imagem do negócio, interna e externamente.
É necessário fazer um levantamento sobre a viabilidade financeira dos benefícios. Caso não seja possível oferecer algo a mais naquele momento, eles podem ser colocados como metas para o futuro, de acordo com o crescimento da empresa.
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5. Empregue uma linguagem simples
O documento com a política de benefícios será acessado por todos os colaboradores, sejam eles recém-contratados ou mais antigos na empresa. Isso significa que ele deve ser compreendido pelos gestores, coordenadores, analistas, assistentes, auxiliares e estagiários.
Para isso, evite o emprego de palavras rebuscadas e tenha certeza de que não está exagerando nos termos técnicos. Lembre-se que, apesar de a linguagem jurídica ser comum no cotidiano do RH, isso não se aplica aos profissionais de outros setores da organização.
6. Envolva as lideranças
É muito importante contar com os gestores na elaboração e na divulgação da política de benefícios. Eles devem saber explicar quais são as regras e tirar quaisquer dúvidas de seus subordinados sobre as mudanças a serem implementadas.
Sem contar que podem atuar diretamente na construção da política, uma vez que podem ter uma visão diferente sobre o uso dos benefícios no dia a dia. Esse é o caso de alguma regra que possa gerar conflitos ou não ser tão bem recebida pelos colaboradores.
7. Conceda os benefícios obrigatórios
Liste os benefícios corporativos compulsórios, ou seja, aqueles que estão previstos na CLT e precisam ser concedidos aos seus colaboradores.
Isso porque sua empresa não poderá abrir mão deles para oferecer outras vantagens à equipe, mesmo quando parecerem mais atrativas.
A política da empresa precisa garantir orçamento para férias, 13º salário, adicional noturno, etc.
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8. Avalie a necessidade de cada grupo
Como mencionamos antes, existem cenários em que a organização oferta pacotes de benefícios diferenciados conforme a performance ou a posição do empregado.
Essa seleção também pode se basear em outros quesitos, como o estilo de vida. Ou mesmo propor um modelo flexível, com opções para que o próprio colaborador escolha seus benefícios.
Tudo vai depender dos custos, do perfil das equipes e da estratégia adotada pela organização.
9. Escolha bons parceiros
Esse é um ponto importante do processo de criação da política de benefícios. Faz muita diferença contar com bons parceiros na hora de escolher os benefícios da sua empresa.
É preciso contar com fornecedores capazes de atender às necessidades do seu negócio, de maneira personalizada.
Os parceiros devem ter uma boa reputação no mercado, proporcionando segurança e confiança durante o fornecimento. Assim, é fundamental analisar bem o custo-benefício antes de fechar contrato com algum fornecedor.
10. Estipule prazos
Para não deixar os novos colaboradores sem uma referência em relação aos prazos de assinatura de documentos, cumprimento de burocracias e chegada dos cartões de VA e VR, por exemplo, é bom definir uma estimativa para esses prazos.
Por mais que ela nem sempre possa ser cumprida — até por conta dos trâmites legais e logísticos — é bom dar aos novos funcionários uma ideia de quando os processos estarão concluídos.
11. Tenha atenção à legislação
Não é novidade que o RH tem que lidar com as leis trabalhistas — e para elaborar a política de benefícios corporativos não tinha como ser diferente.
Para os benefícios alimentícios, é bom levar em consideração as normas do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), caso sua organização seja participante.
É uma boa oportunidade para esclarecer aos funcionários quais são os benefícios que são direitos conferidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e quais são as opções da empresa.
Além disso, é nessa parte onde você deve incluir as regras para a concessão desses benefícios.
12. Não deixe de oferecer benefícios flexíveis
Os benefícios flexíveis são uma política de benefícios na qual a organização concede os benefícios corporativos de acordo com a necessidade de cada colaborador.
Nesse sistema, dependendo de seus padrões de vida, você poderia receber mais saldo que seu colega no VA, mas menos no VR, por exemplo.
Além de aumentar a satisfação dos colaboradores, você também dará a eles mais possibilidades de utilização — já que os cartões possuem bandeira universal — e mais customização.
13. Promova a nova política de benefícios
Terminou de escrever e revisar sua política de benefícios? Então é hora de apresentá-la para as lideranças e, por fim, comunicar ao resto da equipe.
Sabendo que o RH deve ser a principal fonte de esclarecimento de dúvidas trabalhistas na organização, deixe muito claro seus canais de comunicação para o caso de surgirem questões sobre o documento.
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14. Use ferramentas para gerenciar os benefícios
Fazer a gestão de benefícios da empresa não é uma tarefa fácil. Quanto maior o número de funcionários e de benefícios oferecidos, mais organizada a área de Recursos Humanos precisa ser.
Atrasos e erros de cálculo podem acontecer em qualquer empresa, sobretudo quando a maior parte dos processos é realizada manualmente.
Para evitar situações como essas, que causam muita frustração ao funcionário, existem ferramentas que facilitam o gerenciamento dos benefícios.
O uso de softwares para a automatização de processos é cada vez mais comum no RH. Com relação aos benefícios, o sistema pode ser utilizado para fazer o controle de férias e o cálculo automatizado, o gerenciamento e a automatização da compra dos benefícios etc.
15. Avalie os resultados alcançados
Uma vez que tenha implementado a política de benefícios para funcionários, vale coletar dados para monitorar os resultados dessa estratégia.
Assim, fica mais fácil criar uma rotina de avaliação periódica, correção de falhas e melhoria contínua na concessão dos benefícios.
Peça também feedback aos colaboradores para conferir se estão mais satisfeitos no trabalho.
16. Atualize o documento sempre que necessário
Se você pensou que o processo tinha acabado, está enganado. A política e o pacote de benefícios devem ser revistos frequentemente, avaliando não apenas a necessidade dos colaboradores como as tendências do mercado.
Sem esse cuidado, você pode ficar atrás das empresas concorrentes em termos de atrair e reter talentos. Aproveite para incluir na política os principais pontos de dúvida que você percebeu após a divulgação do documento.
Uma boa ideia é fazer um formulário que pode ser apresentado aos recém-contratados após eles lerem o documento. Recolha quais foram as impressões deles sobre a leitura, conferindo quais foram os aspectos que não ficaram tão claros.
Esse formulário servirá como um guia para reformular a política e o pacote de benefícios corporativos.
Temos alguns materiais relacionados ao assunto, confira: ?
- Pesquisa de Clima Organizacional
- [ARTIGO] Suspensão de benefícios trabalhistas segundo a MP 936/20
- [EBOOK] Como engajar colaboradores: guia completo
- [EBOOK] Employer Branding: como cultivar sua marca empregadora
Relembre o que foi apresentado
É um documento que estabelece todos os critérios e regras para a concessão dos benefícios corporativos.
Ela atrai e retém talentos nas organizações por envolver aspectos sociais, culturais, de autoestima e autorrealização. Promove produtividade, engajamento e melhora do clima organizacional.
Benefícios podem ser legais (previstos por lei), espontâneos (não obrigatórios) e até mesmo inovadores.
Dentre as principais dicas, estão considerar o perfil e necessidades dos profissionais, estudar a política dos concorrentes, escolher bons parceiros, deixar todas as regras claras, acessíveis e de fácil entendimento, manter o documento atualizado e promovê-lo.
Os benefícios corporativos são uma das principais medidas para manter a satisfação dos colaboradores. Vale a pena investir em uma boa política de benefícios, que atenda às principais necessidades dos seus funcionários.
Ter colaboradores motivados, engajados e satisfeitos é uma busca constante na gestão de qualquer empresa.
Com métricas e relatórios mais detalhados sobre todas as áreas das organizações, cada uma delas está mais atenta aos custos gerados por turnover, contratações, afastamentos, dentre outros.
Assim, conseguir manter uma equipe é um objetivo valioso para as empresas, que investem cada vez mais em políticas de benefícios mais atrativas e relevantes. Para saber mais sobre o papel do RH nessa política, confira o nosso artigo sobre gestão de benefícios!
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